13/11/2007
Começa consulta para detectar problemas na implantação do TISS
O Conselho Federal de Medicina deve promover em fevereiro de 2008, em Brasília, um simpósio com o objetivo de debater
privacidade e confidencialidade a partir da implantação do Padrão TISS (Troca de Informações em Saúde Suplementar). A discussão
tende a embasar a resolução do CFM que trata do sigilo médico no preenchimento das guias. No início de novembro, encontro
com representantes de todas as instituições interessadas no tema possibilitou a análise de alguns pontos ainda conflitantes,
como a questão da complexidade do formulário preenchido pelos médicos. Também se iniciou o debate sobre a possibilidade de
uso da CBHPM como padrão de nomenclatura e codificação no TISS.
O coordenador da Câmara Técnica de Incorporação de Tecnologias do CFM, Roberto D'Ávila, entende ser precoce avaliar o
processo de implantação do Padrão TISS, mas ressalta que há uma disposição coletiva em equacionar os problemas que vêm se
apresentando. Para o coordenador da Comissão Nacional de Defesa e Consolidação da CBHPM, Florisval Meinão, o processo tem
fluído com menos embaraços do que se supunha no início. Luiz Vieira, técnico administrativo da ANS, tem a expectativa de que
a padronização chegue ao nível desejado em até três anos. Diz que é preciso esperar que o último grupo, o de consultórios
médicos e odontológicos, entre no TISS para, então, se ter uma noção de como o mercado vai reagir, em sua completude.
A ANS iniciou na primeira quinzena de novembro um processo de avaliação da implantação do sistema, com a etapa sendo inaugurada
com as operadoras. A partir da análise, será possível à Agência determinar onde estão as dificuldades, como está o processo
de aceitação e o que pode ser feito para fomentar o padrão ou auxiliar o mercado com o novo modelo. O resultado deve ser divulgado
no primeiro semestre de 2008.
O coordenador técnico da ANS reconhece que o processo representa uma mudança muito grande para o mercado, justificando
a existência de alguns problemas com a transmissão eletrônica, já que empresas contratadas para fazer a conectividade entre
operadoras e médicos não estavam conseguindo enviar os dados em tempo hábil, o que ocasionou atrasos nos pagamentos. Contudo,
aponta para os benefícios detectados no mercado americano, que "já está tentando a implantação do processo eletrônico há dez
anos, e já comprova a redução de custos administrativos, principalmente, além da melhora na qualidade das informações assistenciais,
epidemiológicas e administrativas e a possibilidade de fazer a comparação entre público e privado, otimizando as políticas
de saúde".
TISS e a CBHPM
O Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar (COPISS) analisará a possibilidade de uso da Classificação
Brasileira Hierarquizada de Procedimentos (CBHPM) como padrão de nomenclatura e codificação no Padrão TISS. O tema estará
em destaque na pauta da reunião que vai ocorrer em 7 de dezembro na sede da Associação Médica Brasileira, em São Paulo. Para
o encontro foram convocados os membros da Comissão Nacional de Defesa e Consolidação da CBHPM e coordenadores das Comissões
Estaduais de Honorários Médicos. O Paraná estará representado no encontro, que ainda vai analisar questões como o reajuste
da CBHPM e a proposição de ações em prol da Classificação a serem desenvolvidas em 2008.
O coordenador da Comissão Nacional (CNDC), Florisval Meinão, ressalta que o emprego da CBHPM na padronização poderia dar
o sentido de tabelamento do modelo, mas que essa não é a realidade. "Os valores da CBHPM não entram na discussão. O que pode
ser integrado ao TISS é apenas a parte técnica da Classificação", diz, lembrando que a negociação de valores deve continuar
acontecendo entre lideranças médicas e as operadoras.