É vedado ao médico prescrever tratamento e outros procedimentos sem exame direto do paciente, reforça esclarecimento
A vedação ao médico de realizar consultas à distância ou por meio de comunicação de massa está mantida no Código de Ética
Médica. O esclarecimento foi feito, nesta quarta-feira (24), pelo corregedor da autarquia, José Fernando Maia Vinagre, que
atuou como coordenador-adjunto do processo de revisão da norma. Com esse informe, ele responde a dúvidas que surgirão após
o anúncio da entrada em vigor das regras do documento.
Na verdade, houve o deslocamento do texto com essa previsão. No Código de 2010, ele estava no artigo 114. Na versão que
entra em vigor em 30 de abril (terça-feira), o conteúdo que trata desse tema foi incorporado ao de número 37, no capítulo
que aborda a relação do médico com pacientes e familiares.
O texto diz o seguinte: “É vedado ao médico prescrever tratamento e outros procedimentos sem exame direto do paciente,
salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade comprovada de realiza-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente
depois de cessado o impedimento, assim como consultar, diagnosticar ou prescrever por qualquer meio de comunicação de massa”.
O corregedor ressaltou que a tecnologia sempre deve ser utilizada em benefício do paciente e do médico. Contudo, destaca
ele, essa relação deve ser preservada de forma a assegurar a qualidade da assistência, o sigilo das informações e a autonomia
dos indivíduos envolvidos no processo do atendimento.
Vinagre destacou que a medicina ocidental foi construída sobre dois pilares: a relação médico-paciente e o sigilo.
Nesse sentido, no contato direto entre ambos é que será feita a avaliação de sinais e sintomas, a definição do diagnóstico
e a escolha das opções terapêuticas. No entendimento dos conselhos de medicina, esse contato presencial é essencial.
“Contudo, a medicina deve estar atenta à evolução dos tempos e das tecnologias, retirando delas o que têm de melhor,
sem colocar em risco os princípios e diretrizes históricos da profissão”, assinalou.