Os cirurgiões-dentistas de todo o Brasil paralisarão o atendimento a planos de saúde na sexta-feira, 25 de abril, em protesto contra os abusos e ilegalidades das operadoras de odontologia, em uma iniciativa da CNCC - Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos. Em São Paulo, durante a paralisação, os profissionais estarão reunidos, de manhã à noite, em seminário pela Valorização da Odontologia (APCD Central, rua Voluntários da Pátria, 547, Santana), em esquema de assembleia permanente, para debater o problema e definir os próximos passos do movimento.

“A situação está insustentável”, declara Claudio Miyake, presidente do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo, CROSP. “Dias atrás, foram os médicos que suspenderam a prestação de serviços às operadoras. Agora somos nós e há outros segmentos da saúde no mesmo caminho. Não aceitamos mais trabalhar para planos que glosam procedimentos, colocam obstáculos à boa prática e transformam cirurgiões-dentistas e pacientes em simples engrenagens de negócios milionários e sem compromisso social”.

A intenção é fazer com que, no decorrer das 24 horas de interrupção da prestação de serviços aos planos odontológicos, sejam realizados somente procedimentos de urgência e emergência. Portanto, os pacientes não serão prejudicados, tendo em vista que muitas das consultas de rotina já foram antecipadas ou postergadas pelos cirurgiões-dentistas.

Durante o Seminário, em São Paulo, a Comissão específica do assunto estará debatendo em especial este problema que afeta os profissionais de todo o país.

O objetivo principal do movimento é sensibilizar a sociedade, sobre a grave situação do mercado de planos odontológicos para a necessidade de garantir o direito da população a um atendimento odontológico de qualidade dos cirurgiões-dentistas. Atualmente há operadoras com administrações meramente mercantilistas usando a regra de oferecer aviltantes honorários aos profissionais, além de cometer série de abusos e ilegalidades, desafiando o estado de direito.      

Os cirurgiões-dentistas enfrentam além das baixas tabelas de honorários, outros problemas com as Operadoras mercantilistas:

- excesso de glosas ou não pagamento de honorários, alegando as operadoras que o procedimento executado está arbitrariamente “fora dos padrões técnicos”,

- prazo de pagamentos dos honorários, muitas vezes longos e indefinidos;

- excesso de processos burocráticos na operacionalização dos planos;

- sistemas de auditoria e perícia obscuros que apesar de ter regulamentação do CFO a respeito, essa legislação é descumprida;

- excesso de exames radiográficos com finalidade administrativa;

- falta de canais de dialogo com os dentistas;

- índice e prazos de reajustes de contrato muitas vezes indefinidos;

- a insatisfação generalizada da categoria odontológica com os planos.

Comissão Nacional de Convênios e Credenciamentos (CNCC)

Conselho Regional de Odontologia de São Paulo

Conselhos Regionais de Odontologia de todo o País

Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas (ABCD)

ABO Nacional (ABO)

Conselho Federal de Odontologia (CFO)

Federação Interestadual dos Odontologistas (FIO)

Federação Nacional dos Odontologistas (FNO)