Entrevista com os representantes Miguel Ibraim Abboud Hanna Sobrinho, Alexandre Gustavo Bley, Hélcio Bertolozzi Soares,
Paola Andrea Galbiatti Pedruzzi, Lisete Rosa e Silva Benzoni e Donizetti Dimer Giamberardino Filho.
Site/blog da chapa 1:
www.chapa1crmpr.com.br.
Ações comprovam que postura ética com responsabilidade é o caminho certo para o contínuo resgate da dignidade médica
A atenção ao médico em todas as suas etapas de exercício profissional, o que incluem o fomento do conhecimento ético e
tecnocientífico e a ação incondicional para assegurar condições condignas de trabalho, tem sido o referencial norteador das
diretrizes seguidas pelo Conselho Regional de Medicina do Paraná em suas últimas administrações e que alicerça a estrutura
de propostas da Chapa 1 na eleição para recompor o corpo de conselheiros para o próximo qüinqüênio. Ao ratificar os compromissos
para a nova gestão, os integrantes da chapa "Ética: o caminho certo!" conclamam os colegas a continuarem unidos numa luta
que, embora exiba momentos de desconforto e decepções, tem na essência a mesma dificuldade do cotidiano médico no esforço
pela vida.
Os representantes da Chapa 1, ao apresentarem suas propostas de ação, realçam a preocupação com a formação e a atualização
do médico e, também, com as condições oferecidas para o exercício da atividade, especialmente aos jovens em início de carreira
nos centros menores. Por isso, reforçam, o Conselho continuará envidando esforços para que o profissional esteja sempre bem-atualizado
e distante dos riscos da judicialização do exercício da Medicina, prevenindo-se dos conflitos éticos-judiciais.
Formação e atualização
A Comissão de Ensino Médico foi constituída na atual gestão e propiciou grande impulso às iniciativas nos campos de formação
e atualização, a começar pela realização de dois importantes encontros envolvendo acadêmicos e coordenadores ou representantes
de todas as escolas médicas. O I Congresso dos Médicos Residentes e o I Prêmio Cermepar de Temas Livres foram outros passos
importantes para discutir as dificuldades do jovem médico que, aliás, fazem parte de uma preocupação diária do CRM. Não por
acaso, a Comissão Estadual de Residência Médica e a Associação dos Médicos Residentes do Paraná foram instaladas na Casa do
Médico (outra grande conquista da classe médica), sendo-lhes preservada a devida autonomia. O Conselho também incorporou a
Revista do Médico Residente entre as suas publicações oficiais, que já incluem o Jornal do CRM, as revistas Arquivos e Iátrico
e os Cadernos do Conselho, que se somam na missão de bem orientar nossos médicos, estudantes e também responsáveis por instituições
de saúde.
Mantendo parceria e integração com a Associação Médica do Paraná e as Sociedades de Especialidade, o CRM vem proporcionando
uma série de ações complementares ao processo de recertificação dos títulos de especialista, que se juntam a jornadas e outros
eventos que enfatizam a discussão de temas éticos. As vídeos e teleconferências têm sido uma importante ferramenta de atualização,
destacando-se as discussões anatomoclínicas a partir de necropsias. Esta é uma iniciativa pioneira em parceria do Conselho
com a Faculdade de Medicina da USP e que tem possibilitado transmissões online para Curitiba, Maringá e Londrina, contribuindo
para a formação dos nossos futuros médicos, bem como auxiliando no processo de aprendizado contínuo do médico já atuante.
Cabe ressaltar a viabilidade iminente deste programa para Cascavel, outra cidade-pólo de escola médica, e o uso de videostreaming,
com o que o médico poderá acompanhar as aulas pela internet.
O debate da Bioética no Paraná ganhou destaque em âmbito internacional, uma proposta inovadora que foi irradiada para
as diversas regiões do Estado. Não por acaso sediamos em Curitiba o Encontro Internacional de Bioética e Direitos Humanos,
marco histórico para a adoção da Declaração Universal da Unesco. Proveitosos outros eventos nesse campo e também em outros,
voltados à proteção ambiental e saúde, à disseminação da cultura e da história da medicina paranaense, têm sido abrigados
na Casa do Médico ou realizados sob estímulo do Conselho. Destaca-se aí, também, a reformulação das Câmaras e Comissões Técnicas,
com participação direta das Sociedades. Rememore-se a atuação das Câmaras de Infectologia, com papel preponderante no enfrentamento
da dengue e da micobacteriose; da Cirurgia Plástica e Anestesiologia, que conduziram à normatização dos procedimentos visando
a segurança dos pacientes e dos próprios profissionais; dos Medicamentos, que subsidiou a resolução da Anvisa sobre anorexígenos;
e ainda as de Saúde Suplementar, Medicina do Trabalho e Controle de Tabagismo.
Saúde do médico e interatividade
Ressalte-se, ainda, o trabalho empreendido pela Comissão de Saúde do Médico (confira o link www.crmpr.org.br/saudedomedico/index.php),
criada na atual gestão e que tem por finalidade envolver o profissional em ações voltadas à proteção de sua saúde, bem-estar
e até mesmo para reabilitação. A partir de pesquisas por questionário em hospitais e outros locais de trabalho, observou-se
algumas necessidades para melhor orientar nossos médicos, em todas as faixas etárias, resultado de uma série de fatores que
têm em primeiro plano o estresse do cotidiano profissional. Assim, envolvendo palestras de especialistas, foi instaurado um
processo virtuoso que ganhará ainda mais na nova etapa.
É propósito de gestão dos integrantes da Chapa 1, ainda, que o Conselho continue indo até o médico de todas as formas
possíveis. Neste aspecto, assinalamos a importância do incremento do processo de descentralização e dinamização das atividades
conselhais. Isto é indiscutível não só com a presença dos diretores em todas as regiões em que têm sido chamados, para dissolver
conflitos ou propagar orientações concernentes ao Código de Ética Médica, mas com a expansão administrativa que já permitiu
a criação e funcionamento de novas delegacias, como as Regionais de Paranavaí e Santo Antonio da Platina e as de Fronteira
de Rio Negro-Mafra e de União da Vitória-Porto União, além da instalação das Representações Regionais da Região Metropolitana,
do Litoral, do Telêmaco Borba e de Irati. Ao patrimônio do CRM foram incorporadas as sedes de Cascavel, Paranavaí, Campo Mourão,
Guarapuava e por último a de Londrina, que passará por reformas para ser adequada às necessidades.
Prestação de contas
Os componentes da Chapa 1 chamam a atenção para a transparência administrativo-financeira presente nesta administração,
com as prestações de contas sendo feitas rigorosamente dentro dos prazos e parâmetros legais e tendo sido aprovadas pelo Tribunal
de Contas da União e pelo Conselho Federal de Medicina, inclusive a do exercício de 2007 e dos primeiros cinco meses de 2008,
cujos relatórios foram aprovados por unanimidade em reuniões plenárias. Disponível a todos os médicos no site do Conselho
(www.crmpr.org.br ) e exposta na própria Sede, a contabilidade exalta o zelo no trato com o dinheiro da contribuição do médico,
sobretudo com os investimentos em patrimônio em seu benefício, e atesta uma administração profissionalizada, funcionando em
sintonia e sob o respaldo de ações que congregaram a implantação interna de planos de cargos e salários e a contratação de
funcionários mediante concurso público, conforme determina o TCU.
O Conselho vem atuando ativamente para que o médico não sofra as conseqüências da saga tributária, sendo um exemplo da
mudança na codificação do SUS que produziu reflexos na remuneração dos honorários. O CRM foi co-autor em ação que no Paraná
restabelece o Código 7 e, também, iniciou um processo exitoso que envolve Secretarias Municipais, Prestadores de Serviços
e o Ministério Público, criando um termo de cessão de crédito que possibilita o pagamento direto ao médico. O valor da remuneração
do SUS é outra luta que continuaremos empenhados, valendo o mesmo para a Saúde Suplementar, onde conseguimos importantes avanços
para adoção plena da CBHPM, sobretudo nas negociações com o sistema cooperativo e de autogestão.
Desonerar o médico
Ao assinalar algumas das propostas, que se somam a outras tantas até mesmo de âmbito nacional, como a regulamentação das
competências médicas e da EC 29, os integrantes da Chapa 1 fazem questão de esclarecer que a conciliação de anuidades pessoas
físicas e jurídicas, de modo a desonerar o médico, é uma "bandeira" da atual administração e que pode ser observada pela ata
da reunião do Plenário do Conselho Federal de Medicina realizada durante o II Encontro dos Conselhos de Medicina de 2007,
em setembro do ano passado, em Brasília, quando o representante do Paraná, conselheiro federal Gerson Zafalon Martins, foi
voto único - e naturalmente vencido - ao defender tal iniciativa. Devemos lembrar que esta é uma decisão de âmbito Federal
e não Regional, como se pode tentar parecer. Vamos continuar nesta luta, por entendermos ser esta uma conquista legítima em
benefício da classe médica.
"Terminamos esta apresentação convocando a todos os médicos a uma renovação com responsabilidade, pois a entidade Conselho
Regional de Medicina do Paraná não pode prescindir da experiência, nem tampouco deixar de oxigenar suas fileiras. A Chapa
1 - Ética: o caminho certo! apresenta a todos esta renovação com responsabilidade, acolhendo 40 % de médicos que nunca foram
conselheiros, fazendo com que o trabalho que tanto orgulha a classe médica e a população deste Estado não pare e venha só
a crescer", concluem os representantes da chapa Miguel Ibraim Hanna Sobrinho, Alexandre Gustavo Bley, Paola Andrea Pedruzzi,
Lisete Rosa e Silva Benzoni e Hélcio Bertolozzi Soares.