Até o fim de agosto, prazo previsto para adequação de outras casas hospitalares em Cascavel, o governo do Estado deverá
pagar duas autorizações de Internação hospitalar por paciente de urgência e emergência. O número de UTIs é reduzido no município,
o que exigirá a troca de hospital após o procedimento cirúrgico em alguns casos.
URGÊNCIAS E MERGÊNCIAS
Cômite muda encaminhamentos, para desafogar HU e Salete.
Novo fluxo exige que Estado pague duas AIHs por paciente
A partir de 22 de junho, a Secretaria de Estado da Saúde terá de pagar duas AIHs (Autorização de Internação Hospitalar)
a pacientes de urgência e emergência de alta complexidade, que tiverem de ser atendidos em diferentes hospitais de Cascavel.
Esse tipo de situação deverá ocorrer devido ao novo fluxo de distribuição de pacientes atendidos na rede pública, estabelecido
ontem durante reunião do Comitê Gestor do Atendimento de Urgências e Emergências.
Pelo novo fluxo, pacientes que necessitam de atendimento clínico em neurologia, cardiologia e ortopedia (códigos um e
dois, ou seja, sem necessidade de cirurgia) serão encaminhados ao Hospital Nossa Senhora da Salete. Já os socorridos de código
três - acidentados graves - serão atendidos no Hospital Universitário. Nos dois casos, após a realização de cirurgias, os
pacientes que necessitam de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) serão transportados ao Hospital São Lucas (que tem cinco UTIs
credenciadas pelo SUS).
A situação tem caráter temporário e emergencial, até fim de agosto, como forma de desafogar os PSs (Pronto-Socorro) do
HU e Salete. Até lá, acredita-se que dois novos PSs estejam funcionando nos Hospitais São Lucas (que está em reforma) e Santa
Catarina (cujo Termo de Ajustamento de Conduta feito na Justiça do Trabalho dá prazo até agosto para reativar o PS).
Atualmente, HU e Salete atendem sozinhos demandas geradas pelo Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma e Emergência),
Samu (Sistema de Atendimento Móvel de Urgência), PACs (Posto de Atendimento Continuado) e, ainda, acidentados socorridos por
ambulâncias da concessionária EcoCataratas, na BR-277.
"Não estamos fazendo prejuízo a ninguém. Apenas estamos fazendo com que cada um assuma sua parcela de responsabilidade",
disse o secretário municipal de Saúde, Ildemar Canto, que integra o Comitê, formado por representantes da 10ª Regional de
Saúde, Siate, Samu, hospitais credenciados ao SUS (Sistema Único de Saúde), EcoCataratas e o Ministério Público.
Dos hospitais, apenas o Salete enviou representante à reunião ontem e a EcoCataratas também não se fez presente. Diante
disso, o Comitê decidiu pelo novo fluxo, com aval do promotor de Saúde do Ministério Público, Ângelo Ferreira. "Quem não aceita
terá de esperar uma nova reunião do Comitê para ser ouvido ou terá de pedir para sair. Mas se sair, sofrerá punições já previstas
no Estatuto", avisou o promotor.
SALETE
A representante do Hospital Salete preferiu não comentar as decisões do Comitê. Ela disse que será necessário aguardar
o funcionamento do novo fluxo para reavaliar o quadro. O hospital informou, semana passada, que manterá o Pronto-Socorro aberto
só até dia 30 de junho, alegando impossibilidade de continuar atendendo à alta demanda.
"Vamos encaminhar essa situação à Secretaria de Estado da Saúde e esperamos que não haja problemas para pagar duas AIHs",
disse a chefe de Divisão de Assistência à Saúde, Elizabeth Souza, que representou o diretor da 10.ª Regional, Marcos Tomazetto.
Ele encontra-se em Curitiba, onde participa hoje de reunião na Secretaria de Saúde, com representantes do Hospital Nossa Senhora
da Salete.
Cascavel tem defasagem de 300 AIHs
O número de AIHs (Autorizações de Internação Hospitalar) repassado pelo governo do Estado para Cascavel é, historicamente,
defasado em mais de 300 unidades/mês. Por lei, cada Município deveria receber número referente a 8% da população.
Hoje, Cascavel teria direito a 2,3 mil no total. Para urgência, recebe 1,6 mil e precisaria de pelo menos mais 311, segundo
o secretário municipal de Saúde, Ildemar Canto. Para ele, esse "crédito" pode ser usado para amenizar o problema da superlotação
nos hospitais.
Segundo o promotor Ângelo Ferreira, compete ao Estado dar condições para que os hospitais atendam os pacientes. Caso seja
necessário, promete ingressar na Justiça para cobrar as AIHs. "Esperamos que não chegue a esse ponto, mas se preciso for,
posso ingressar em nome da população contra o Estado, pedindo inclusive as AIHs retroativas. O Estado tem até o fim das minhas
férias [30 de junho] para se adequar. Depois disso, vamos analisar medidas legais", asseverou.
INSS
70% de servidores aderem à paralisação em Cascavel
Quem procurou o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em 18 de junho se deparou com as portas fechadas. Os funcionários
decidiram aderir à paralisação nacional, que ocorre desde o dia 17 (junho).
Alguns funcionários entregaram panfletos durante a manhã. Quem foi até a agência teve de voltar para casa sem atendimento.
Somente quem já estava com perícia agendada é que conseguiu entrar na agência.
Segundo a diretora do Sindicato dos Servidores do INSS em Cascavel, Marlene de Jesus Alves da Costa, a falta de servidores
motiva a paralisação. Atualmente, seriam necessários pelo menos mais 50 servidores. "São mais de 550 atendimentos ao dia,
para 30 servidores".
Em Cascavel 30% dos servidores estão trabalhando normalmente. Os demais prometem ficar de braços cruzados pelo menos até
segunda, quando reavaliam a situação em assembleia.
Fonte:
href="http://www.jhoje.com.br/19062009/local.php" target="_blank">Jornal Hoje (Cascavel)