26/06/2013
Documento foi emitido hoje (26) pelas entidades nacionais representativas da classe médica
Durante
a reunião de hoje (26) que definiu a mobilização do dia 3 de julho, foi elaborada uma Carta
Aberta aos médicos e à população brasileira, que explica: “a reação das entidades
médicas simboliza a resistência dos profissionais e dos cidadãos ao estado de total abandono que afeta
a rede pública”.
Outra novidade anunciada será o lançamento, na próxima semana, do
site SOS Saúde (www.sossaude.org.br), onde médicos, profissionais da saúde e a população
poderão apresentar denúncias (com relatos, fotos e filmes). Este será um espaço público
para divulgar a situação precária da rede pública em todo o país.
Confira
abaixo a carta aberta aos médicos e à população brasileira.
As decisões
anunciadas pelo Governo que afetam a saúde pública brasileira demonstram a incompreensão das autoridades
ao apelo manifesto nas ruas. A vinda de médicos estrangeiros e a abertura de mais vagas em escolas médicas são
medidas irresponsáveis, por expor a parcela mais carente e vulnerável da nossa população a profissionais
mal formados e desqualificados.
A reação das entidades médicas simboliza a resistência dos
profissionais e dos cidadãos ao estado de total abandono que afeta a rede pública. Não é possível
acreditar que medidas midiáticas dessa ordem resolverão o acesso e a qualidade do atendimento nos serviços
de saúde. Não se trata de ação corporativista, mas corporativa, no sentido de unir a força
das entidades em prol do bem comum e da vida dos brasileiros.
Por isso, nesta terça-feira (26), os representantes
de conselhos, associações, sindicatos e sociedades de especialidades médicas, reunidos em São
Paulo, decidiram por consenso intensificar a luta em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e pelas condições
para o pleno exercício da Medicina. Portanto, seguem medidas que deverão ser colocadas em prática e que,
sob nenhum aspecto, querem a penalização do paciente, já tão prejudicado pelo abandono do Governo.
Dentre as ações constam:
1) Mobilização nacional dos médicos e da sociedade no dia
3 de julho (quarta-feira) em defesa do SUS e da Medicina de qualidade. Estão previstos passeatas, protestos, caminhadas,
atos públicos e assembleias em todos os Estados para alertar a população para o problema. Locais e horários
serão divulgados pelas entidades estaduais;
2) Apoiar a aprovação urgente da PEC 454 em tramitação
na Câmara dos Deputados, que prevê uma carreira de Estado para o médico (semelhante ao que ocorre no Judiciário),
único caminho para estimular a interiorização da assistência com a ida e fixação
de médicos em áreas de difícil provimento;
3) Incentivar a coleta de 1,5 milhão de assinaturas
para tornar viável a apresentação do Projeto de Lei de Iniciativa Popular Saúde - 10, que prevê
mínimo de 10% da receita bruta da União em investimentos na saúde;
4) Defender a derrubada do
Decreto Presidencial 7562, de 15 de dezembro de 2011, que modificou a Comissão Nacional de Residência Médica,
tornando-a não representativa e refém dos interesses do Governo, o que sucateou a formação de
médicos especialistas no país;
5) Atuar contra a importação de médicos estrangeiros
sem revalidação de seus diplomas com critérios claros e rigorosos, conforme a prática mundial
e o previsto na legislação vigente. Defendemos o uso do Programa Revalida, do Governo Federal, em seus moldes
atuais;
6) Vistoriar as principais unidades de saúde do país, encaminhando denúncias ao Ministério
Público e outros órgãos de fiscalização, revelando a precariedade da infraestrutura de
atendimento que afeta pacientes e profissionais.
As entidades médicas informam que nesta semana estará
disponível o site SOS Saúde (www.sossaude.org.br), onde médicos, profissionais da saúde e a população
poderão apresentar denúncias (com relatos, fotos e filmes). Este será um espaço público
para divulgar a situação precária da rede pública em todo o país.
Finalmente, as
entidades declaram o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como persona non grata para a sociedade por adotar medidas
eleitoreiras que colocam em risco a vida e a saúde dos brasileiros.
São Paulo, 26 de junho de 2013.
ASSOCIAÇÃO
MÉDICA BRASILEIRA (AMB)
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS RESIDENTES (ANMR)
CONSELHO FEDERAL
DE MEDICINA (CFM)
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM)