03/08/2018

Campanha Nacional de Vacinação contra pólio e sarampo vai de 6 a 31 de agosto

O Dia D da campanha será 18 de agosto, quando mais de 36 mil postos estarão abertos no país; médicos têm papel importante neste processo de conscientização

Os pais e responsáveis por crianças com idade a partir de 12 meses e menos de 5 anos estão convocados a levar seus filhos aos postos de vacinação a partir da próxima segunda (6), quando começa a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite e Sarampo. Mesmo as crianças que já receberam as vacinas anteriormente devem ser imunizadas. A meta é vacinar ao menos 95% das crianças dessa faixa etária. A campanha é voltada exclusivamente às crianças e termina em 31 de agosto. O Dia D da campanha será em 18 de agosto.
Conforme enfatiza o secretário de Estado da Saúde do Paraná, Antônio Carlos Nardi, o Brasil não registra casos de poliomielite (paralisia infantil) desde 1989. O controle da doença, que não tem tratamento e pode deixar sérias sequelas, só foi possível graças às campanhas sistemáticas de vacinação da população. Entretanto, uma vez que o vírus continua em circulação no mundo, ele pode voltar a fazer vítimas no Brasil, caso os índices de cobertura vacinal fiquem abaixo da meta.
“Assim como o sarampo, a poliomielite é uma doença com a qual não podemos nos descuidar. O vírus pode entrar no país a qualquer momento e se as crianças não estiverem vacinadas podem ficar doentes. A prevenção através da vacina é fundamental para mantermos essas doenças longe dos nossos filhos”, diz Nardi.

SARAMPO

No caso do sarampo, a preocupação é evitar que o número de casos da doença aumente. Desde o início do ano, o Ministério da Saúde já confirmou mais de 800 casos de sarampo no Brasil, a maioria no Amazonas e em Roraima. Outros 3.800 casos estão em investigação. A doença foi confirmada ainda em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e Pará.
O Paraná não registra ocorrências de sarampo desde 2000, mas manter a doença longe do Estado depende da manutenção de altas taxas de cobertura vacinal. “Não há medidas preventivas eficazes no caso do sarampo. Apenas a vacinação pode frear o avanço da doença no país”, lembra o secretário Nardi.

PREOCUPAÇÃO

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o sarampo está presente em pelo menos 10 países das Américas além do Brasil. O maior número de casos confirmados é na Venezuela, com mais de 1.600 registros em 2018. A doença também foi identificada no Canadá, Estados Unidos, México, Peru, Colômbia, Equador, Antígua e Barbuda, Guatemala e Argentina. Desde 2016, a Opas declarou a região das Américas área livre do sarampo, conquista que pode ser perdida caso os casos da doença continuem a aparecer.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini, explica que enquanto houver o vírus da doença em circulação no mundo, a doença pode voltar a contagiar crianças e adultos não imunizados a qualquer momento, mesmo em regiões onde a doença não é registrada há anos, como no Paraná, onde desde 2000 não registros da doença.
“Quando as pessoas estão vacinadas, mesmo que tenham contato com o vírus, não irão se contagiar e nem transmitir a doença para outras pessoas. Mas para isso é preciso imunizar ao menos 95% da população”, lembra Júlia.

COBERTURA

Nos últimos anos, o Ministério da Saúde tem notado queda nos índices de cobertura de diversas vacinas. No caso específico do sarampo, a imunização é feita através da aplicação de uma dose da vacina tríplice viral aos 12 meses de vida e uma dose da vacina tetra viral aos 15 meses, considerado reforço da primeira.
Dados preliminares do Ministério da Saúde mostram que no ano passado 85,2% das crianças brasileiras que deveriam ter tomado a vacina tríplice foram vacinados e 69,9% tomaram a tetra viral, bem abaixo da meta de 95%. No Paraná, a cobertura vacinal da tríplice e da tetra viral também ficaram abaixo da meta no ano passado. Em 2017, 86,29% das crianças paranaenses receberam a vacina tríplice e 83,27% tomaram a tetra viral.
Para Júlia, a diminuição nos índices de vacinação reflete desconhecimento sobre a importância das vacinas para a saúde e bem-estar das crianças, jovens e adultos. Ela lembra que manter a carteira de vacinação atualizada é uma ação simples, mas com grande impacto na saúde das pessoas.
“A vacina está disponível gratuitamente em todo o país. Mas é preciso que as pessoas se vacinem, levem seus filhos para se vacinar, mantenham suas carteiras de vacinação atualizadas. Precisamos reconhecer a importância do ato de se vacinar e aproveitar melhor esse direito”, finaliza Júlia.

clique para ampliarclique para ampliarCampanha do Ministério da Saúde. (Foto: MS)

MOBILIZAÇÃO NACIONAL

A campanha de vacinação deste ano é indiscriminada, ou seja, pretende vacinar todas as crianças dessa faixa etária no país, para manter coberturas homogêneas de vacinação. Para a poliomielite, as que não tomaram nenhuma dose durante a vida, receberão a VIP. Já os menores de cinco anos que já tiverem tomado uma ou mais doses da vacina, receberão a VOP, a gotinha. Em relação ao sarampo, todas as crianças receberão uma dose da vacina Tríplice viral, independentemente da situação vacinal, desde que não tenham sido vacinadas nos últimos trinta dias.

Para mobilizar a população, o Ministério da Saúde conta, neste ano, com o apoio da apresentadora de TV Xuxa. Não é a primeira vez que ela é madrinha de uma campanha de vacinação do Ministério da Saúde. Nos anos 1980, Xuxa também estrelou uma campanha de vacinação que bateu recordes e foi reconhecida até pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No total, 11,2 milhões de crianças podem ser vacinadas.

Saiba mais sobre a campanha nacional aqui.

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