26/05/2011
Câmara dos Deputados aprova reajuste de bolsa para médicos-residentes
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, no dia 25 de maio, a Medida Provisória 521/10, que reajusta o valor da bolsa para
médicos-residentes de R$ 1.916,45 para R$ 2.338,06 a partir de 1º de janeiro de 2011. Ela disciplina também outros direitos
desses profissionais, como as licenças maternidade e paternidade. A matéria, aprovada na forma do projeto de lei de conversão
da relatora, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), será enviada para análise do Senado.
A MP perde vigência no dia 1º de junho e sua votação foi possível devido à retirada do texto de emenda que criava o Regime
Diferenciado de Contratações (RDC) para as licitações de obras e serviços necessários à realização das copas das Confederações
(2013) e do Mundo (2014) e das Olimpíadas e Paraolimpíadas (2016).
"O reajuste da bolsa é fruto de uma greve de 18 meses, recupera o direito à moradia e alimentação e prevê o reajuste anual",
afirmou a relatora. Ela pediu que a liderança do governo peça ao Senado celeridade na votação da MP.
O novo valor foi definido depois da greve e de negociações da categoria com o Ministério da Educação, principal financiador
do programa de residência médica no Brasil. Os médicos-residentes queriam reajuste de 38,7%, mas aceitaram a proposta de 22%.
Esse reajuste vale também para os demais profissionais de saúde (psicólogos, nutricionistas, enfermeiros etc.) que fazem
residência.
Licença
A licença-paternidade concedida pela MP é de cinco dias e, no caso da licença-maternidade de 120 dias, poderá haver prorrogação
por mais 60 dias com base na Lei 11.770/08. Isso dependerá de requerimento da médica-residente à instituição de saúde responsável
pelos programas de residência médica.
Para os demais profissionais de saúde, essas licenças foram instituídas por uma resolução da Comissão Nacional de Residência
Multiprofissional em Saúde, de fevereiro de 2011.
Também está previsto na MP que a instituição de saúde deverá fornecer alimentação e condições adequadas para repouso e
higiene pessoal durante os plantões.
Jandira Feghali atendeu reivindicação da Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR) e reintroduziu na Lei 6.932/81
o direito a moradia e alimentação durante todo o período de residência.
Expansão de vagas
Segundo o governo, atualmente há cerca de 23 mil médicos-residentes em 53 especialidades e 54 áreas de atuação reconhecidas
pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Os programas têm duração de dois a cinco anos e carga de 60 horas semanais.
A meta do Ministério da Educação para 2011 é ofertar 7.270 bolsas no total. Atualmente, ele concede 5.610 bolsas para
médicos e 483 para outros profissionais.
Já o Ministério da Saúde pretende expandir o programa de residência médica em suas unidades e nas vinculadas aos estados,
municípios e hospitais filantrópicos, com previsão de financiar um total de 1.862 bolsas em 2011.
Fonte: Agência Câmara