22/02/2011
Câmara Técnica do CRM fixa posição sobre veto a inibidor de apetite
Na foto, os presentes na reunião: Henrique de Lacerda Suplicy, professor de endocrinologia da Universidade Federal do Paraná
(UFPR); Monica de Biase Kastrup, conselheira e coordenadora da Câmara Técnica de Controle de Medicamentos do CRM-PR; Jackson
Carlos Rapkiewicz, farmacêutico responsável pelo Centro de Informação sobre Medicamentos do Conselho Regional de Farmácia
do Paraná (CRF-PR); Marco Antonio Bessa, conselheiro do CRM-PR e presidente da Sociedade Paranaense de Psiquiatria; e Rosana
Bentro Radominski, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO).
Em reunião realizada na última quinta-feira, dia 17, os membros da Câmara Técnica de Controle de Medicamentos do CRM-PR
debateram sobre o cancelamento dos registros dos medicamentos antiobesidade de ação central. A Anvisa estuda proibir a sibutramina,
droga que age no sistema nervoso central, desde o início de 2010 e, esta semana, anunciou a realização de audiência pública,
no dia 23, em que irá apresentar um parecer pedindo a proibição dos medicamentos com sibutramina e três tipos de anfetamina:
anfepramona, femproporex e mazindol.
A comissão reconhece haver problemas na prescrição e no uso abusivo destes medicamentos, mas entende que a medida é muito
drástica e propõe que seja mantida a venda da medicação no mercado, mediante uma fiscalização mais rígida na sua comercialização.
"É sabido que muitos pacientes se beneficiam com tais medicamentos, quando seu uso está de acordo com as normas técnicas oficiais
emitidas pelas entidades", afirma a coordenadora da Câmara Técnica, Monica de Biase Kastrup, referindo-se às diretrizes estabelecidas
pela Associação Médica Brasileira (AMB) em conjunto com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a
Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). "Temos de evitar que os doentes que necessitam
realmente deste tratamento e que estão sendo bem acompanhados possam ser prejudicados com o veto", completa.
Os membros da Câmara Técnica do CRM acreditam que os resultados decorrentes da aprovação da normativa da Anvisa serão
muito graves, pois irá aumentar a automedicação, o contrabando e o número de cirurgias bariátricas evitáveis. "Acreditamos
que os problemas que possivelmente surgissem com a proibição destes medicamentos seriam mais bem prevenidos com a sua correta
e eficiente fiscalização", finaliza.