17/10/2024
CRM-PR reforça alerta sobre o uso inadequado de hormônios para fins estéticos e de performance
A utilização de hormônios sem indicação médica tem sido a causa do aumento de complicações de casos registrados. Nova plataforma
digital irá coletar registro de efeitos adversos do uso inadequado
Diante do aumento do uso indevido de hormônios para
fins estéticos e de performance, o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) reforça o alerta
sobre a preocupante situação que tem trazido muito mais danos do que benefícios à saúde.
O número de casos de complicações tem crescido no dia-a-dia nos consultórios médicos e
nos hospitais.
Com o objetivo de coletar dados relacionados ao mau uso de hormônios e com a intenção
de promover a regulamentação, criar diretrizes e estabelecer uma rede consciente de comunicação
entre médicos e órgãos públicos de regulamentação, diversas entidades médicas
criaram recentemente uma plataforma digital destinada ao registro dos efeitos adversos relacionados ao uso inadequado de hormônios
e outras substâncias afins.
O programa Vigicom-Hormônios está funcionando desde agosto e foi idealizado
pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) em parceria com a Federação Brasileira das
Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), a Associação Brasileira para Estudo
da Obesidade e Síndrome Metabólica (ABESO), a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte
(SBMEE), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), e a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), entre outras, e conta com
o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB).
A intenção é mapear esse cenário
e estabelecer ações de regulamentação e de prevenção ao problema. Acesse a plataforma aqui.
Carta de Curitiba
Em
junho, o CRM-PR - juntamente com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional do Paraná (SBEM-PR),
a Associação Médica Brasileira (AMB) e diversas entidades da área médica - divulgou uma carta
de alerta que expõe a situação e a necessidade de promover uma intervenção abrangente
para o problema.
A proposta apresentada na
carta é para que a sociedade civil organizada reúna esforços no combate desta prática elaborando
campanhas de educação e conscientização, bem como iniciativas que envolvam agentes da imprensa,
influenciadores digitais, autoridades públicas, entidades representativas, entre outros.
O documento destaca, por exemplo, os riscos cardiovasculares que podem ser provocados
pelo uso prolongado de esteroides anabolizantes incluindo hipertensão arterial, aterosclerose prematura, infartos e
acidentes vasculares cerebrais (AVC), além de outros problemas cardíacos graves.Os impactos psicológicos como o aumento da agressividade, depressão,
ansiedade e outros distúrbios psiquiátricos, também estão associados ao problema, assim como,
por consequência, o aumento da violência e da criminalidade. A carta aponta também
que o uso contínuo de esteroides pode causar danos severos ao fígado, podendo provocar hepatite tóxica,
insuficiência hepática e câncer hepático. Os usuários de esteroides anabolizantes também
correm maior risco de infecções, incluindo hepatites virais e HIV, abcessos e infecções graves
por compartilhamento de seringas de produtos de uso veterinário e por contaminação de produtos manufaturados
em laboratórios clandestinos.