29/09/2011

CRM-PR participa de campanha de combate a infecção hospitalar

Desde 2005, Londrina tem passado por uma crise e chegou a ter UTIs fechadas. A situação tem preocupado a área médica. A campanha vai unir atores da saúde pública e suplementar para conter esse ciclo de contaminação. Na imagem, uma das peças que foram desenvolvidas com o tema da campanha.



"Água, sabão e consciência: unidos contra a infecção hospitalar". Esse é o tema da campanha de combate a infecção hospitalar, promovido pela Unimed de Londrina com o apoio da Associação Médica de Londrina, do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) e dos hospitais da região. Peças de conscientização serão afixadas nos hospitais e em outdoors, e vídeos e vinhetas serão veiculados na TV e no rádio.


De acordo com o coordenador da campanha, o médico Ivan Pozzi, desde 2005, Londrina tem passado por um histórico complicado, chegando, inclusive, a ter algumas Unidades de Terapia Intensiva fechadas. "Sou intensivista e chefe de UTI, por isso convivo com essa questão o tempo todo. Estamos preocupados, pois a situação de Londrina é assustadora", afirma.


Os casos de infecção pela bactéria KPC foram os mais conhecidos e divulgados na mídia, e desses, Londrina teve o pior surto do país. No Paraná, dos 357 casos confirmados em 2010, 340 foram na cidade. Para o intensivista, há outras bactérias que também merecem atenção, mas a KPC foi a mais evidente. "Essa campanha é um marco, um alerta para a necessidade de medidas para impedir esse ciclo de contaminação. Nosso objetivo é unir todos os atores da saúde, pública e suplementar, envolvidos com o desafio de reduzir a taxa de infecção hospitalar em nossa cidade, que infelizmente tem sido uma referência negativa, trazendo consequências perversas aos cidadãos", afirma o cirurgião geral.



Atuação em conjunto

A campanha é uma iniciativa privada, porém alcançará também a rede pública de saúde. Será fornecido material de divulgação aos hospitais públicos e treinamentos sobre o tema serão programados com a utilização de materiais didáticos da Unimed Londrina. De acordo com o coordenador, a campanha será um agente facilitador para a atuação em conjunto dos órgãos responsáveis pela saúde na cidade. "Estamos em contato com a Secretaria de Saúde Municipal e Estadual, com o Comitê de Epidemiologia do município e hospitais da cidade, principalmente os que têm terapia intensiva, que são os maiores centros de disseminação da resistência às bactérias", explica.


"Queremos atuar junto com as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs) e monitorar resultados. Pretendemos instituir as recomendações da OMS sobre medidas preventivas e fazer com que os médicos adotem uma prescrição de antibióticos racional, de acordo com evidências científicas, seguindo o manual proposto pelos infectologistas da cidade. Assim fortaleceremos as CCIHs no cumprimento do seu papel ético e legal na regulação da antibioticoterapia", completa.


"Sinto-me muito honrado com o apoio do CRM", diz Ivan Pozzi, que também já foi conselheiro da entidade. Além dos órgãos que já tem demonstrado apoio, o coordenador também está buscando uma parceria com a Promotoria da Defesa dos Direitos Constitucionais da Saúde Pública. A campanha está prevista para iniciar em outubro.

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