21/01/2025
CRM-PR intensifica estratégias de ação para combater a violência contra o médico
Campanha de conscientização do CRM-PR busca apoio da sociedade e de autoridades públicas. Cerca de 90% das denúncias registradas
pela Comissão de Prevenção à Violência Contra o Médico refere-se a casos ocorridos em instituições de saúde públicas
clique para ampliarCRM-PR lança campanha para abordar a questão
da violência contra os médicos, principalmente junto aos dirigentes municipais (Foto: CRM-PR)
Tendo em vista o aumento significativo dos registros de casos
de violência contra os médicos, sobretudo no atendimento em instituições de saúde pública,
o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) apresenta uma nova campanha de conscientização. Intitulada
"Chega de agressão contra os médicos", a campanha será veiculada nos canais de Comunicação
do Conselho e também estará na pauta de encontros e reuniões com autoridades para tratar do assunto.
"A nossa intenção é buscar apoio nas estruturas
públicas, abrindo diálogo com os prefeitos, secretários e demais autoridades de forma que sejam tomadas
providências para que os médicos possam trabalhar com segurança, garantindo assim o pleno exercício
da Medicina", destaca o vice-presidente da autarquia, Eduardo Baptistella.
Esta semana, o presidente do CRM-PR, Romualdo José Ribeiro Gama, irá cumprir
agenda de visitas a hospitais e UPAs nas cidades de Apucarana, Arapongas e Londrina. O assunto da violência contra os
médicos estará em pauta e será levado a esses encontros com autoridades políticas e entidades.
Em fevereiro, o CRM-PR pretende promover reunião convidando
os 399 secretários municipais de Saúde do Estado para tratar do assunto. Prevenir a violência contra os
médicos é uma das prioridades da atual gestão (2023-2028) que tem atuado com firmeza neste objetivo.
Comissão de Prevenção à Violência
contra o Médico
Segundo dados
da Comissão de Prevenção à Violência contra o Médico do CRM-PR, desde a implantação
do serviço, em agosto do ano passado, já foram registradas 28 denúncias, das quais 15 estão com
seus processos em andamento e 13 já foram concluídas. Desse total, a grande maioria, 25 delas (cerca de 90%),
refere-se a casos que ocorreram em instituições de saúde públicas. Outro dado importante a destacar
é que, em 17 casos do total, a denunciante é uma mulher médica.
Sobre o tipo de violência, três dos registros foram por agressão
física, oito por agressão verbal, 13 por assédio moral, duas por assédio sexual e duas por danos
materiais ao ambiente de trabalho. Na maioria dos casos registrados, 15 deles, o agressor foi o paciente; em oito, a chefia
do profissional; em três, os colegas de trabalho; e em dois casos o agressor foi uma autoridade política.
Secretaria de Segurança Pública
Outra importante iniciativa do CRM-PR foi a reunião
realizada em dezembro com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP-PR), iniciando-se mapeamento
de localidades com maior prevalência de casos de violência, com aceno da possibilidade de maior monitoramento
e eventual ação da polícia militar nestas.
clique para ampliarCRM-PR em reunião com a SESP-PR sobre a segurança
dos médicos no Paraná (Foto: CRM-PR)
De acordo com o 1º secretário do CRM-PR, Fernando
Fabiano Castellano Junior, na ocasião, também foi firmada parceria com o Departamento de Polícia Penal
(DEPEN) quanto a atendimentos de pacientes monitorados por tornozeleira eletrônica. "Por meio dessa iniciativa, estudamos
a possibilidade de acionamento de viatura preventivamente, realizada por meio da 1ª Secretaria do CRM-PR, para coibir
eventual violência e risco da mesma", destaca o conselheiro.
Além disso, ele afirma que o CRM-PR, em parceria com DEPEN, atuará nos moldes da OAB
no caso da detenção de médico, comprometendo-se o órgão a informar o CRM-PR. Já
no âmbito municipal, em Curitiba, o CRM-PR solicitou maior segurança nas Unidades Básicas de Saúde
(UBS).
Acesse aqui os números relativos a ocorrências com médico vítima de
crime em ambientes de atendimento à Saúde em Curitiba e no Estado do Paraná no período de janeiro
de 2022 a novembro de 2024, levantamento realizado pelo Centro de Análise, Planejamento e Estatística (CAPE)
da SESP-PR.
"Nossas ações são
conduzidas de maneira individualizada ou integrada pelas Comissões de Combate à Violência contra o Médico,
Comissão da Mulher Médica, Departamento Jurídico, Departamento de Processos e Sindicâncias e Departamento
de Fiscalização do Exercício Profissional, além da importante parceria com o Sindicato dos Médicos
do Paraná", esclarece o 1º secretário.
Estratégias de prevenção contra a violência
clique para ampliarComissão dedicada ao assunto foi criada pelo CRM-PR
em agosto de 2024 (Foto: CRM-PR)
A criação da Comissão
de Prevenção à Violência Contra o Médico, instaurada em agosto passado pelo CRM-PR,
é uma resposta aos dados levantados mediante pesquisa na área. Voltada exclusivamente aos profissionais médicos,
a pesquisa realizada no período de 4 de abril a 6 de junho de 2024 obteve, via formulário, 448 respostas. O
resultado apontou que, entre os médicos participantes, 86,2% tinham sofrido algum tipo de violência nos últimos
12 meses. Destes casos, 54,5% foram reportados por mulheres e 45,5% por homens.
A maioria, 68,5%, relatou ter sofrido violência no serviço público; 25,8%
em estabelecimento hospitalar; e 19,6% no consultório médico. Sobre o tipo de violência, 79,8% disseram
ter sido verbal; 44,1% por sobrecarga de trabalho; 10,1% por abuso ou cerceamento dos planos de saúde; 9,4% financeira;
e 9,1% relataram ter sofrido violência física.
Canais de denúncias
A orientação aos médicos que são vítimas de violência é que sempre
formalizem a denúncia. Quando se tratar de ameaça, a indicação é que o profissional registre
ocorrência na delegacia e informe, por escrito, às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar
sobre o ocorrido, apresentando dados dos envolvidos e testemunhas. Quando houver agressão física, o médico
deve comparecer à delegacia e registrar o BO, sendo necessário exame do corpo de delito.
As denúncias também podem ser feitas ao CRM-PR tanto
de forma presencial, na sede da autarquia em Curitiba, quanto por e-mail: medicodenuncia@crmpr.org.br ou
telefone: (41) 3240 7800.
Para
mais informações e acesso ao formulário de denúncia, clique aqui.