31/03/2020

CRM-PR firma posição de que qualidade no atendimento e proteção aos profissionais devem prevalecer

Manifestação ocorre diante de pleitos de antecipação de colação de grau e de possível privilégio futuro no acesso à residência aos estudantes voluntários, este entendido como afronta à equidade

Em reunião de diretoria na noite de segunda-feira (30), o Conselho Regional de Medicina do Paraná deliberou sobre dois questionamentos feitos em caráter oficial diante da pandemia do novo coronavírus: o interesse de alunos de Medicina do décimo segundo período de universidades de Curitiba em antecipar a outorga de grau ainda no começo do primeiro semestre de 2020 e a medida do Ministério da Educação que pode privilegiar internos e alunos que venham a aderir ao combate à Covid-19, propiciando-lhes pontuação diferenciada na concorrência para vagas de residência em condições de vantagem com os médicos já formados e com o devido registro e que já estão atuando na linha de frente dos serviços der saúde. A manifestação do oposição foi firmada nos dois temas e agora será levada às partes interessadas e ao Conselho Federal de Medicina e aos Ministérios da Educação e da Saúde.

Confira a nota oficial:

ESCLARECIMENTO AOS MÉDICOS E ESTUDANTES DE MEDICINA

“A Diretoria do Conselho Regional de Medicina, em conformidade com as manifestações dos Conselheiros que exercem a docência em Faculdades de Medicina, considera que no presente momento da pandemia do novo coronavírus, a assistência à população necessita primordialmente de equipamentos de proteção aos profissionais médicos e aos demais entes que compõem as equipes de saúde, da disponibilidade de um maior número de exames complementares para a detecção de casos de COVID-19, de meios mais eficazes, rápidos e seguros de orientações à população que entrou em contato com doentes e também àqueles que apresentam sintomatologia compatível com essa virose, e de estrutura de suporte (leitos clínicos, de UTI e de respiradores) aos casos que se mostrem de maior gravidade e aos que venham necessitar de assistência ventilatória.

A pretensão do governo federal em outorgar diplomação em Medicina a alunos que se encontram ainda em fase de aprimoramento de seus conhecimentos teóricos e práticos, com a motivação de que o país necessita de um número maior de médicos para o enfrentamento da pandemia, certamente demonstra a inconsistente lógica da quantidade em detrimento da qualidade da assistência a ser disponibilizada.

É na fase final do curso de medicina que as complexidades dessa profissão sofrem sedimentação, a qual permitirá aos médicos recém-formados a segurança de uma visão global dos doentes que atenderão, permitindo um raciocínio coerente para assertivo diagnóstico, nos moldes esperados e merecidos pela sociedade.

Ademais, o benefício acenado de que acadêmicos de Medicina que se proponham a participar de atendimentos à população, durante a atual pandemia, seriam agraciados com pontos a serem computados quando forem prestar Prova de Residência, é decisão que afronta a igualdade entre os demais candidatos, considerando que os médicos recém-formados e atuantes juntos à população, que se preparam para as Provas de Residência não teriam essa benesse”.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO PARANÁ

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