16/09/2008
CRM homenageia pioneiros japoneses na Medicina
O Conselho Regional de Medicina do Paraná realizou na última segunda-feira, dia 15, solenidade em homenagem aos imigrantes
e descendentes pioneiros na Medicina do Paraná. A solenidade fez parte das comemorações alusivas ao Centenário da Imigração
Japonesa ao Brasil e dos 50 anos de fundação do CRMPR. Em seus registros há pelo menos 15 imigrantes que se graduaram em Medicina
a partir de 1940, numa história que hoje congrega gerações de médicos descendentes que formam uma comunidade de quase 2 mil
entre os 25 mil profissionais inscritos no Conselho de Medicina.
Foram reverenciados 10 imigrantes e descendentes pioneiros na graduação em Medicina, no ensino e na pesquisa. Além da
solenidade formal, atividades artísticas e culturais foram realizadas em parceria com a Associação Cultural e Beneficente
Nipo-Brasileira de Curitiba, que incluiu apresentação de TAIKO pelo grupo WAKABA (foto) e de apresentação da dança Edo no
Shiki pelo Grupo Folclórico da Associação. A principal atividade artística da noite foi a abertura no Espaço Cultural CRMPR
da exposição "Arte Nikkei", que reúne pinturas, esculturas e fotografias de 15 artistas paranaenses e que ficará aberta à
visitação até 24 de outubro.
Homenagens
Na homenagem in memoriam está o nome do Dr. Paulo Otsuka, que se formou em 1940 na UFPR e se constitui no primeiro imigrante
japonês a exercer a Medicina no Paraná, radicando-se no Norte Novo. Na honra ao mérito pelo pioneirismo, será entregue placa
alusiva à esposa D. Sizu Otsuka, e aos dois filhos médicos, Célia e Nelson, este também recebendo título por "tradição e honra",
por ser um dos primeiros descendentes a exercer a docência no ensino médico paranaense.
Outros três imigrantes japoneses que se formaram em Medicina estão entre os homenageados, que recebem os títulos de "Perseverança",
"Dedicação" e "Pioneirismo empreendedor". O Dr. Isami Morita, graduado em 1955 e que hoje, aos 83 anos, continua exercendo
a profissão em Paranaguá; Toshio Igarashi, 79 anos e formado há quase 50, morador em Londrina e que recentemente lançou o
livro "A história da imigração japonesa no Paraná"; e Saburo Sugisawa, 74 anos e 46 de formado, que ajudou pelo menos 22 descendentes
a se formarem em Medicina - incluindo dois filhos - todos atuando no hospital que ele fundou em Curitiba, o Sugisawa.
A Dra. Yakiho Matsuura Sato receberá o título "Determinação", como primeira descendente mulher a se formar em Medicina
no Paraná, em 1952. Ela tem 86 anos e reside em Londrina. Como "Destaques acadêmicos" estão Minoru Ikeda, descendente pioneiro
no ensino, e Noboro Miasaki, um dos primeiros descendentes a concluir pós-graduação. Frank Ogatta e Akira Yamasita, ambos
de Londrina, serão reverenciados por estarem entre os primeiros descendentes a receberam o Diploma de Mérito Ético-Profissional
pelos 50 anos de dedicação exemplar à profissão.
Exposição
Opostos e compostos na arte nikkei
A exposição "Arte Nikkei no Centenário da Imigração Japonesa ao Brasil" deixa o Memoriam de Curitiba, onde foi aberta
em 2 de julho, para ser abrigada no Espaço Cultural do Conselho de Medicina (Rua Victório Viezzer, 84, Vista Alegre). Reúne
pinturas de Adelina Nishiyama, Akiko Mileo, Claudio Seto, Julia Ishida, Marcos Kimura e Sandra Hiromoto; esculturas de Carol
Chuman, Celso Setogutte, Claudine WSatanabe, Eliza Maruyama, Renata Otsuka e Yumie Murakami; e fotografias de Chuniti Kawamura,
Roger Noguti e Shigueo Murakami. A realização é da Associação Cultural e Beneficente Nipo-Brasileira de Curitiba e Conselho
de Medicina, sendo curadora Júlia Ishida.
"O resultado de uma visitação à Arte Nikkei no Centenário é a sensação de evolução e ou revolução, de relacionamento íntimo
com a cultura dos antepassados mas também de ousadia. Tradição ou ruptura, os Nikkei não são japoneses, ao contrário do imaginário
coletivo. E vivem esta alternância e complementariedade entre opostos e compostos, reação e interação", resume Marília Kubota,
organizadora da mostra ao lado de Suemi Hamasaki.