24/11/2011
CRM debate dificuldades no atendimento de urgência e emergência
O período da manhã contou com 75 participantes. O fórum tem como tema central o debate da polêmica Vaga Zero, que envolve
médicos, diretores de unidades hospitalares do sistema público de saúde e a população.
Médicos reguladores, emergencistas e socorristas, profissionais que atuam nas Regionais de Saúde e gestores públicos ligados
ao atendimento de Urgência e Emergência, dirigentes de entidades médicas e diretores de instituições hospitalares do Paraná
reuniram-se na sede do Conselho Regional de Medicina, em Curitiba, no dia 25 de novembro. Valendo-se da Vaga Zero como tema
central, o objetivo do Fórum Ético sobre Urgência e Emergência Médica foi apresentar os problemas e buscar estratégias para
minimizar as dificuldades enfrentadas tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos diretores de unidades hospitalares e
pela sociedade em geral.
Os principais pontos levantados pelos participantes do fórum, que reuniu mais de 75 pessoas no auditório da "Casa do Médico",
estiveram relacionados aos dilemas éticos da profissão e a ampliação de recursos e investimentos em saúde. "Para garantir
atendimento prévio e hospitalar de qualidade, bem como condições adequadas para o tratamento em caso de urgência e emergência,
precisamos compreender as dificuldades que enfrentamos para pensar em enfrentá-las", afirmou o presidente do CRM-PR, Carlos
Roberto Goytacaz Rocha, durante a solenidade de abertura, que contou com a presença do representante do Secretário Estadual
da Saúde do Paraná, Vinícius Augusto Filipak, e da Secretária Municipal da Saúde de Curitiba, Eliane Regina da Veiga Chomatas.
Durante o período da manhã, representantes do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE), Serviço
de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) e da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias do Paraná e Santa Catarina
(ABCR) apresentaram dados sobre os problemas no atendimento e sistema pré-hospitalar e ressaltaram que o aumento de ocorrências
aliado a sobrecarga do sistema geram a crise no sistema de atendimento à urgência em saúde. Alguns fatores que causam esses
problemas foram apontados pelos diretores técnicos do SIATE e SAMU, Édison Vale Teixeira Júnior e Eduardo Mischiatti, e pelo
representante da CCR Rodonorte, Dalton Scarpin Gomes, são eles: falta de recursos investidos em saúde pública, déficit de
médicos e socorristas, demanda reprimida (especialmente na Região Metropolitana e interior do Estado, onde há poucos hospitais
de referência), dificuldade na regulação do encaminhamento de pacientes, falta de uma central unificada de serviços, atraso
no deslocamento de pacientes e lotação da rede hospitalar.
Ainda pela manhã, diretores técnicos fizeram uma breve explanação sobre a realidade enfrentada nas principais unidades
hospitalares do Estado, ressaltando a defasagem de equipamentos, falta de leitos com estrutura de alta complexidade, déficit
de especialistas e escassez de investimentos em atenção primária. Além disso, destacaram a remuneração e a formação médica
como pontos que merecem atenção das autoridades.
Para os organizadores e participantes, a manhã teve como objetivo não somente conhecer os problemas enfrentados pelos
profissionais que atuam nesta área, mas também entender as particularidades e o contexto para, no período da tarde, poderem
buscar soluções para o enfrentamento da crise. O evento terminará nesta sexta-feira (25) e a intenção é que, ao final, um
documento com as estratégias de ação para melhorar o atendimento em casos de urgência e emergência seja apresentado.