11/02/2021
Pedido foi reforçado em audiência de representantes do Conselho Federal e dos Regionais com o ministro Eduardo Pazuello, na quarta-feira (10), em Brasília. Solução impacta no enfrentamento da pandemia
Até o momento, mais de 550 médicos morreram no Brasil (42 no Paraná) em decorrência da contaminação pelo novo coronavírus. Com este dado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estima que a taxa de mortalidade na população médica seja quase 10% maior do que na população geral. A partir desta e outras constatações, a autarquia reivindicou ao Ministério da Saúde que sejam garantidas vacinas contra Covid-19 para os mais de 500 mil médicos brasileiros.
“Com este pleito, o CFM chama a atenção para uma questão estruturante no enfrentamento da pandemia, cuja solução fortalecerá os esforços para oferecer diagnósticos e cuidados para todos os brasileiros”, afirma o presidente Mauro Ribeiro, em ofício dirigido ao ministro de Estado da Saúde, Eduardo Pazuello. A reivindicação foi reforçada em audiência realizada na tarde de quarta-feira (10), no gabinete do ministro.
Na oportunidade, o presidente do CFM esteve acompanhado de outros diretores e de integrantes de alguns dos Conselhos Regionais, incluindo o do Paraná, representado pelo vice-presidente Wilmar Mendonça Guimarães e pelo assessor jurídico Martim Palma. Mauro Ribeiro assinalou que os Conselhos estavam à disposição das autoridades sanitárias para contribuir em ações voltadas à imunização dos médicos.
O ministro Pazuello compartilhou com os representantes da classe médica as dificuldades enfrentadas para obter a vacina neste momento, mas previu que até meados de junho deve chegar um novo lote de 43 milhões doses. Ele reconheceu o esforço empreendido pelos médicos e a importância de estarem imunizados para continuar cumprindo sua missão de salvar vidas.
ACESSE A MANIFESTAÇÃO DO CFM SOBRE A VACINAÇÃO, AQUI
Para o CFM, independentemente do local de atuação – hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais –, todos os médicos registrados nos Conselhos de Medicina atendem a milhões de brasileiros adoecidos pela Covid-19 ou portadores assintomáticos da doença, “sendo imprescindível que estejam devidamente amparados no plano de priorização”.
Dificuldades
Desde o início do processo de vacinação, o CFM tem recebido manifestações de médicos e de entidades médicas que acusam a dificuldade de acesso à vacina, apesar de o Programa Nacional de Imunização (PNI) ter incluído esses profissionais e os de outras categorias da saúde entre os grupos prioritários para receber as doses.
Os médicos relatam que autoridades municipais e estaduais têm priorizado apenas aqueles que atuam em determinados serviços, onde há atendimento de casos de Covid-19. Além disso, com a grande maioria da população brasileira ainda suscetível à infecção pelo vírus, os Conselhos de Medicina defendem que é prioritária a manutenção do funcionamento e da força de trabalho dos serviços de saúde e, portanto, a inclusão de todos os médicos nos grupos de maior risco para agravamento e óbito.
Força
A vacinação da totalidade de população médica, pondera a autarquia, deixa uma força de trabalho reserva preparada para assumir os postos na linha de frente do atendimento da covid-19, quando for necessário. Além disso, reduz as chances de adoecimento desses profissionais por conta dessa doença, o que permite o melhor funcionamento dos serviços de saúde que atendem pacientes com outros transtornos.
“Ao minimizar a letalidade e o adoecimento dos médicos, de uma forma em geral, a vacinação desses profissionais fortalece o sistema de contenção do coronavírus, evitando a rotatividade e as licenças, o que contribui para manutenção dos serviços de saúde em sua totalidade, com a realização de consultas, exames e procedimentos para pacientes de todos os tipos de doenças”, destacou o presidente do CFM.