25/07/2014

CFM lamenta morte dos escritores Ariano Suassuna, João Ubaldo Ribeiro e Rubem Alves

"Embora a Medicina ainda não possa, em muitas circunstâncias, reverter o processo de morte, os médicos entendem que a literatura e a arte são caminhos para a imortalidade."

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em nome dos 400 mil médicos brasileiros, manifestou pesar e solidariedade às famílias, aos amigos e aos admiradores de três expoentes da literatura brasileira, que neste mês de julho deixaram de luto a cultura nacional. Deixaram saudade o escritor, poeta e dramaturgo Ariano Vilar Suassuna, o romancista e jornalista João Ubaldo Ribeiro e o escritor e educador Rubem Alves. Uma homenagem foi prestada pelos conselheiros federais durante reunião ordinária realizada nesta quinta-feira (24), em Brasília.

Embora a Medicina ainda não tenha descoberto a cura para a morte, os médicos brasileiros se apegam neste momento de tristeza às mensagens de Ariano Suassuna, que faleceu em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Hemorrágico. "Em minha visão, a literatura - e a arte, de modo geral - é uma forma precária, mas, ainda assim, poderosa de afirmar a imortalidade”, disse ele certa vez.

Nascido em João Pessoa (PB), Ariano Suassuna mudou-se ainda na infância para o interior de Pernambuco, onde construiu suas carreiras de advogado, professor e, sobretudo, escritor renomado. Em suas obras, fantásticas personagens caminham lado a lado com o homem comum e sábio – retratos de pessoas que o escritor conheceu.

“Seus amigos, leitores e admiradores no Brasil e no mundo jamais se esquecerão das inquietudes dessa alma profunda, que colhia de seu interior a alentada inspiração para enfrentar a realidade. Ele refletiu realidades, impôs reflexões, instigou, provocou, estimulou a transformação do mundo através de sua literatura”, declarou o 2º vice-presidente do CFM e conselheiro pelo estado de Pernambuco, Carlos Vital.

O CFM também lamentou o falecimento de João Ubaldo Ribeiro, que partiu em 18 de julho, aos 73 anos. O baiano, escritor, jornalista, roteirista e professor Ubaldo Ribeiro era, ainda, formado em Direito pela Universidade Federal da Bahia e membro da Academia Brasileira de Letras.

Para o conselheiro feral pelo estado da Bahia, Jecé Brandão, a morte do acadêmico é outra grande perda para a sociedade. “O vasto legado deixado por Ubaldo jamais será esquecido após tantos anos de contribuição à cultura do Brasil. Irônico e bem-humorado, ele soube como poucos apontar caminhos para a construção de uma sociedade melhor”, declarou.

Os médicos estendem ainda seu sentimento de pesar pela morte de Rubem Alves, intelectual e escritor com influente produção literária. Aos 80 anos, Alves era considerado uma dos principais referências no pensamento sobre educação no mundo, com uma bibliografia que conta com mais de 160 títulos distribuídos em 12 países. Nascido em Boa Esperança, no Sul de Minas Gerais, Rubem Alves morava em Campinas há 42 anos, onde faleceu no último dia 19 de falência múltipla de órgãos.

Rubem Alves tinha estreita relação com o ex-presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná e atual conselheiro federal pelo estado, Gerson Zafalon Martins. Poucos dias antes do escritor adoecer, o conselheiro conversou longamente com o amigo por telefone. Gerson conta que dias depois enviou ao amigo um e-mail para relatar a cerimônia de batizado do netinho. De longe, Alves respondeu: “mando a minha bênção para o seu netinho. Toda criança é portadora de esperança. Abraço do Rubem”.

Confira abaixo a nota na íntegra:

NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ESCRITORES BRASILEIROS

O Conselho Federal de Medicina (CFM), em nome dos 400 mil médicos brasileiros, manifesta pesar e solidariedade às famílias, aos amigos e aos admiradores de três expoentes da literatura brasileira, que neste mês de julho trouxeram luto à cultura nacional.

Deixaram saudade: o escritor, poeta e dramaturgo Ariano Vilar Suassuna; o romancista e jornalista João Ubaldo Ribeiro; e o escritor e educador Rubem Alves.

Embora a Medicina ainda não possa, em muitas circunstâncias, reverter o processo de morte, os médicos entendem que a literatura e a arte são caminhos para a imortalidade.

O legado deixado por estes ilustres brasileiros aponta para a construção de uma sociedade melhor e, por isso, resistirá ao tempo. Esperamos ainda que seja ainda fonte de inspiração e influência para futuras gerações.

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

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