Em nota, autarquia reforça que não há até o momento nenhuma evidência científica que comprove eficácia desses equipamentos
na prevenção de infecções pela Covid-19
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou na última
sexta-feira (22) nota (ACESSE AQUI) em que alerta os possíveis danos à saúde que a utilização
de estruturas para desinfecção com saneantes aplicados diretamente sobre a pele e as vestimentas pode trazer
para a população.
A
manifestação da autarquia tem como objetivo esclarecer notícias veiculadas sobre o uso desse tipo de
estruturas (câmaras, cápsulas, cabines e túneis) para a desinfecção de pessoas com o suposto
objetivo de prevenir infecções pela COVID-19. “Até o momento, não há nenhuma evidência
científica que comprove a eficácia do uso desse tipo mecanismo”, reforça o documento.
Para o CFM, os produtos químicos supostamente
utilizados nessas estruturas são eficazes para desinfecção exclusiva de objetos e superfícies.
“A nebulização ou aspersão de produtos classificados como saneantes no corpo humano têm potencial
para causar lesões dérmicas, respiratórias, oculares e alérgicas”, alerta o CFM.
Além disso, o uso dessas estruturas “pode
dar aos cidadãos a falsa sensação de segurança, levando-os a negligenciar práticas de prevenção
convencionais, como a lavagem frequente das mãos com água e sabão (ou álcool gel), a desinfecção
de superfícies, e o uso de máscaras”.
A autarquia lembra ainda que não existe qualquer produto aprovado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) destinado à “desinfecção de pessoas”, conforme destaca a Nota Técnica
nº 51/2020, daquela autarquia.
Confira
a íntegra do documento:
COMBATE À COVID-19
CFM faz alerta sobre utilização de estruturas para desinfecção
de pessoas
Diante de notícias veiculadas
sobre o uso de estruturas (câmaras, cápsulas, cabines e túneis) para a desinfecção de pessoas
com o suposto objetivo de prevenir infecções pela COVID-19, o Conselho Federal de Medicina (CFM) alerta que:
1. Até o momento, não há nenhuma
evidência científica que comprove a eficácia do uso desse tipo mecanismo ou de processos de desinfecção
ou de higienização em vias públicas para eliminar microrganismos que eventualmente possam estar depositados
em vestimentas;
2. Não existe qualquer
produto aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) destinada à “desinfecção
de pessoas”, conforme destaca a Nota Técnica nº 51/2020, daquela autarquia;
3. De forma geral, os produtos químicos supostamente utilizados nessas estruturas
são eficazes para desinfecção exclusiva de objetos e superfícies, sendo que a nebulização
ou aspersão de produtos classificados como saneantes no corpo humano têm potencial para causar lesões
dérmicas, respiratórias, oculares e alérgicas;
4. Além disso, a adoção desse tipo de mecanismo não tem eficácia
comprovada de prevenção e pode causar danos à saúde de quem se submete à desinfecção
com saneantes aplicados diretamente sobre a pele e as vestimentas;
5. De forma equivocada, o uso dessas estruturas pode dar aos cidadãos a falsa sensação
de segurança, levando-os a negligenciar práticas de prevenção convencionais, como a lavagem frequente
das mãos com água e sabão (ou álcool gel), a desinfecção de superfícies,
e o uso de máscaras.
Assim, para
proteger a saúde dos brasileiros e garantir a manutenção de medidas simples de prevenção
– já incorporadas à rotina –, o CFM recomenda à população não se expor
a tais dispositivos. Da mesma forma, desencoraja empresários e autoridades públicas a investirem na compra de
equipamentos ou serviços desse tipo, pois, como citado, não apresentam segurança e eficácia comprovadas
cientificamente.
Brasília,
22 de maio de 2020.
Fonte: CFM