18/05/2011
CFM e Universidade de Barcelona firmam convênio de cooperação na área de Bioética
O Conselho Federal de Medicina (CFM) firmou convênio de cooperação com a Universidade de Barcelona para que as instituições
trabalhem juntas na publicação de trabalhos científicos de Bioética. O convênio prevê a realização de reuniões a cada dois
anos entre representantes das entidades para intercâmbio de idéias; e ainda a promoção de estágios de pesquisa de interesse
das partes. O documento foi assinado na sede do Conselho, em Brasília, na quinta-feira, dia 12.
Para o presidente do CFM, Roberto Luiz d Avila, a parceria permitirá um aprofundamento de reflexões relevantes para ambas
as instituições. A professora María Casado, diretora do Observatório de Bioética e Direito da Universidade, assinou o documento
de parceria em nome da Universidade de Barcelona e, na sequência, proferiu palestra no auditório do CFM sobre interfaces entre
Bioética e Direito.
Na avaliação da pesquisadora, a Bioética é um campo de estudo que pode contribuir para a construção de uma sociedade mais
transparente e democrática, especialmente com a produção de subsídios para o debate. A pesquisadora ressaltou que discussões
bioéticas travadas no campo da construção de leis devem ser estendidas a toda a sociedade. "Os pesquisadores devem ser mais
modestos em seus propósitos. A passagem da heteronomia para a autonomia no campo da construção de normas de conduta é um passo
fundamental, civilizatório; penso que as decisões não podem ser tomadas apenas por especialistas", disse.
A professora também ressaltou que a abertura da Bioética para o amplo debate, a deliberação coletiva e a troca de ideias
não significa que todas as posições se equivalem e são moralmente aceitáveis. "A defesa da pluralidade de valores e princípios
não deve ser confundida com a falsa concepção de democracia segundo a qual todas as opiniões são respeitáveis. Há opiniões
bem fundamentadas, há outras que não o são. De qualquer modo, todas podem ser discutidas. A deliberação é um valor importante
e precisamos estar abertos; de outro modo, não haveria razão para debates", avaliou.
Fonte: CFM