06/11/2024
CFM diz que vai recorrer de decisão judicial que suspendeu o Atesta CFM
Decisão da Justiça Federal, em primeira instância, suspendeu os efeitos da Resolução nº 2.382/2024. Plataforma criada para
ser o sistema oficial para emissão e gerenciamento de atestados médicos estaria disponível a partir do dia 5
O Conselho Federal de Medicina (CFM) entrará
com recurso, baseado em fundamentação técnica, ética e legal, contra a decisão da Justiça
Federal, em primeira instância, que suspendeu os efeitos da Resolução nº 2.382/2024. A norma possibilita o funcionamento da plataforma Atesta CFM para validação e chancela de atestados médicos
no País. A informação sobre o recurso consta de nota publicada nesta terça-feira (5) pela Autarquia.
A ferramenta estaria disponível a partir de terça-feira (5).
“No processo de desenvolvimento do Atesta CFM, a Autarquia atuou com base em sua competência
legal e total respeito aos princípios que regem a administração pública e à Lei Geral de
Proteção de Dados (LGPD). Além disso, por permitir integração a outras plataformas já
usadas por médicos, não representa qualquer tentativa de monopólio”, diz o CFM.
CLIQUE AQUI PARA VER A NOTA.
A Autarquia ressalta que a nova plataforma online oferece benefícios gratuitos e diretos a médicos,
pacientes e empregadores ao assegurar a legitimidade dos atestados emitidos, fortalecendo a relação de confiança
entre profissionais e a sociedade, e também permitindo a verificação em tempo real da autenticidade dos
documentos, garantindo sua validade jurídica.
Para
a entidade, o Atesta CFM beneficia médicos, que contarão com maior proteção dos seus documentos
(eles serão notificados de todos os documentos emitidos em seu nome e CRM); trabalhadores, que terão a certeza
de portarem atestados assinados por médicos de fato; e empresas, que poderão verificar a veracidade dos atestados
entregues. O Atesta CFM será facilmente acessado no site ou aplicativo por todos os envolvidos (médicos, pacientes
e empregadores) e integrará diferentes bancos de dados de forma segura aos usuários.
De acordo com o Conselho, o Atesta CFM dá ao País uma resposta efetiva
contra o aumento de fraudes em documentos médicos e ajuda a promover a segurança e integridade na emissão
de atestados, a proteção do sigilo médico e a defesa da ética no exercício profissional.
Dados do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) mostram que 21% dos atestados verificados pela entidade
são falsos.
Desde setembro, quando a
Resolução foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), a ferramenta estava disponível
para que todos conhecessem o seu fluxo de funcionamento. Apenas em 5 de março do ano que vem é que ela passa
a ser obrigatória para todos os atestados médicos do País, os quais deverão ser emitidos e validados
pela ferramenta criada pelo CFM. Na plataforma, poderão ser emitidos quaisquer tipos de atestados, como os de saúde
ocupacional, afastamento, acompanhamento e, inclusive, a homologação de atestados pela medicina do trabalho.
Segurança
Além disso, o Atesta
CFM será uma ferramenta útil ao médico na organização de documentos, dispensando o uso
de carimbos e papel timbrado. “Usando as ferramentas do Atesta CFM, o médico poderá quantificar os atestados
que emitiu em determinado período, entre outros indicativos”, explica Hideraldo Cabeça, relator da Resolução
CFM nº 2.382/24 e diretor de Tecnologia da Informação do CFM.
Caso o médico trabalhe em local com restrições de acesso à internet,
poderá imprimir um talonário para preenchimento manual. Cada talonário possui folhas identificadas por
código de segurança, permitindo sua autenticação e rastreabilidade. Ainda no caso de falta temporária
de conexão à internet, o médico terá a opção de preencher os dados na plataforma
e, assim que tiver acesso à rede, o atestado será enviado automaticamente para o paciente e a empresa.
Para Hideraldo Cabeça, o Atesta CFM responde a uma necessidade
da sociedade, que sofre as consequências de inúmeras fraudes no processo de emissão de atestados. “Observamos
muitos casos de documentos adulterados ou falsificados, com o uso de informações de profissionais sem autorização.
Essa situação gera consideráveis prejuízos tanto para as empresas quanto para a previdência
social e, em última análise, para toda a população”, reitera.
FONTE: CFM