Valor mensal pago aos médicos residentes pelo MEC é de R$ 3.330,43 para uma jornada de 60 horas semanais e não tem reajuste
desde 2016
O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou moção de apoio à reivindicação de reajuste
das bolsas de Residência Médica apresentada ao Governo pela Associação Nacional dos membros desse
grupo (ANMR). As discussões sobre o valor da bolsa paga pelo Ministério da Educação aos residentes
em medicina estão sendo acompanhadas de perto pela autarquia. Desde 2016, o valor bruto pago por bolsa, pelo Ministério
da Educação, é de R$ 3.330,43 por mês para uma jornada de 60 horas semanais.
Representantes dos Ministérios da Saúde e da Educação, da ANMR, da Associação
Médica Brasileira (AMB) e do CFM trataram do tema no dia 6 (quinta-feira), em Brasília (DF). No encontro, ficou
acordado que o Governo avaliará proposta de reajuste da bolsa de residência médica. Novo encontro está
previsto para os próximos dias para avaliar as possíveis soluções para o impasse.
Importância
“É necessário reconhecer a importância dos residentes no atendimento da população,
em especial nos serviços de urgência e emergência. O pleito de aumento da bolsa é justo pela responsabilidade
e pelo compromisso demonstrado por esses jovens médicos em suas atividades, no acolhimento de milhões de pacientes
todos os dias. Esperamos que os Ministérios da Saúde e da Educação sejam sensíveis a esse
pleito”, disse a conselheira Rosylane Rocha, que representou o CFM na reunião.
Na avaliação da conselheira, o reajuste é necessário para garantir melhores condições
de vida aos residentes, o que repercutirá em seu desempenho nesse período de formação, bem como
na sua qualidade de vida. “Grande número de residentes faz plantões extras para complementar seu
rendimento, o que gera sobrecarga de trabalho. São jovens expostos aos efeitos da Síndrome de Burnout, da depressão
e do estresse”, complementou.
Além dessa discussão em curso, a remuneração dos residentes deve ganhar novo folego nos próximos
meses. O
Projeto de Lei nº 2803/19, do deputado federal Luiz Antônio Teixeira
Jr. (PP-RJ), propõe equiparar o valor da bolsa do médico residente ao do participante do Programa Médicos
pelo Brasil (atualmente em torno de R$ 12 mil mensais com adicionais para locais remotos).
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O PL está na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. O relator, deputado
Célio da Silveira, já apresentou um parecer pela aprovação do projeto. A votação
deverá ocorrer em março. Depois, o PL ainda passará por outras duas comissões: Finanças
e Tributação, e de Constituição e Justiça.
MOÇÃO DE APOIO
PELO REAJUSTE DAS BOLSAS DE RESIDENCIA MÉDICA
O Conselho Federal de Medicina (CFM) manifesta seu apoio público às reivindicações encaminhadas
pelos médicos residentes, por meio de sua Associação Nacional – a ANMR –, aos Ministérios
da Saúde e da Educação.
Os residentes pedem o reajuste do valor das bolsas pagas pelo Governo, atualmente de R$ 3.330,43 por mês para uma
jornada de 60 horas semanais, além de que não seja alterada a alíquota do INSS que recai sobre esse repasse,
que deve passar de 11% para 14%, a partir de 1º de março.
Espera-se que os Ministérios da Saúde e da Educação, que avaliam esses pleitos, se manifestem
positivamente aos pedidos encaminhados, o que é uma forma de comprovar respeito e valorização ao papel-chave
que esse grupo presta aos serviços públicos de saúde em todos os níveis de complexidade.
Além disso, o atendimento desses pleitos será fundamental para a qualidade de vida dos residentes, que,
em grande parte, se desdobram em jornadas extenuantes, cumprindo plantões extras, para complementar sua renda, expondo-os
aos efeitos de quadro de estresse, depressão e Síndrome de Burnout.
Como representante da categoria e defensor da qualidade na assistência, o CFM acompanhará de perto esse
debate e se coloca à disposição para oferecer subsídios sobre o tema.
Brasília, 12 de fevereiro de 2020
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA