A cada três horas um médico é vítima de violência enquanto trabalha e o número de casos vem aumentando nos últimos anos, sobretudo
em 2023 com 3.981 casos. O Paraná aparece em segundo lugar no ranking da violência contra os profissionais da saúde.
Tendo como base a quantidade de boletins de ocorrência
(BOs) registrados nas delegacias da Polícia Civil nos estados brasileiros e do Distrito Federal entre 2013 e 2024,
por meio da Lei de Acesso à Informação, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou um levantamento
inédito sobre a violência contra médicos no país. O estudo revela
que o número de casos vem crescendo nos últimos anos, atingindo recorde em 2023 com 3.981 registros. As ocorrências
do ano vigente ainda são parciais e só serão divulgados em 2025.Em média, ocorrem nove casos diários em todo o país. Outro dado
preocupante é que a cada três horas um médico é vítima de violência enquanto trabalha.Desde 2013, foram contabilizados 38 mil boletins de ocorrência
(BOs), sendo ameaça, injúria, desacato, lesão corporal e difamação os casos mais frequentes.
Os crimes ocorrem principalmente nas unidades de saúde, hospitais, consultórios, clínicas, prontos-socorros
e laboratórios.Cerca de 47% dos registros
foram contra mulheres e 66% dos casos ocorreram no interior, sem considerar os municípios metropolitanos. O levantamento
aponta, inclusive, registros de mortes suspeitas de médicos em ambiente de trabalho.
Paraná
O Paraná, quinto estado com a maior quantidade de médicos, aparece em
segundo lugar no ranking da violência contra os profissionais da saúde, ficando atrás de São Paulo,
responsável por 18 mil dos 38 mil casos registrados. O estado paranaense, entre 2013 e 2024, alcançou
3,9 mil casos de ameaça, assédio, lesão corporal (maior parte), vias de fato, injúria, calúnia,
difamação, desacato e perturbação do trabalho contra médicos. A capital paranaense
concentra 12% dos registros.
Como proceder em caso de violência
O CFM orienta ao médico que for vítima de violência
para que denuncie. Quando houver ameaça, a indicação é que o profissional registre ocorrência
na delegacia e informe por escrito, às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar sobre o ocorrido,
apresentando dados dos envolvidos e testemunhas. O paciente deve ser encaminhado a outro colega, se não for caso de
urgência e emergência.
Ocorrendo agressão física o médico deve comparecer
à delegacia e registrar o BO, sendo necessário exame do corpo de delito. O fato deve ser comunicado imediatamente
às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar para que seja providenciado outro médico
para assumir suas atividades.
Denúncias no Paraná
Desde agosto, a Comissão de Prevenção
à Violência contra Médicos do CRM-PR, criada exclusivamente para tratar do assunto, tem recebido denúncias
de médicos de todo o Estado.
As denúncias podem ser feitas tanto por e-mail
(medicodenuncia@crmpr.org.br) como por
telefone, respeitando o sigilo dos denunciantes que assim o desejarem (41 3240 7800).
Fonte: CFM, com informacões
do CRM-PR