25/10/2024

CFM divulga levantamento nacional sobre violência contra médicos

A cada três horas um médico é vítima de violência enquanto trabalha e o número de casos vem aumentando nos últimos anos, sobretudo em 2023 com 3.981 casos. O Paraná aparece em segundo lugar no ranking da violência contra os profissionais da saúde.

Tendo como base a quantidade de boletins de ocorrência (BOs) registrados nas delegacias da Polícia Civil nos estados brasileiros e do Distrito Federal entre 2013 e 2024, por meio da Lei de Acesso à Informação, o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou um levantamento inédito sobre a violência contra médicos no país.
 
O estudo revela que o número de casos vem crescendo nos últimos anos, atingindo recorde em 2023 com 3.981 registros. As ocorrências do ano vigente ainda são parciais e só serão divulgados em 2025.

Em média, ocorrem nove casos diários em todo o país. Outro dado preocupante é que a cada três horas um médico é vítima de violência enquanto trabalha.
Desde 2013, foram contabilizados 38 mil boletins de ocorrência (BOs), sendo ameaça, injúria, desacato, lesão corporal e difamação os casos mais frequentes. Os crimes ocorrem principalmente nas unidades de saúde, hospitais, consultórios, clínicas, prontos-socorros e laboratórios.

Cerca de 47% dos registros foram contra mulheres e 66% dos casos ocorreram no interior, sem considerar os municípios metropolitanos. O levantamento aponta, inclusive, registros de mortes suspeitas de médicos em ambiente de trabalho.

Paraná

O Paraná, quinto estado com a maior quantidade de médicos, aparece em segundo lugar no ranking da violência contra os profissionais da saúde, ficando atrás de São Paulo, responsável por 18 mil dos 38 mil casos registrados.  O estado paranaense, entre 2013 e 2024, alcançou 3,9 mil casos de ameaça, assédio, lesão corporal (maior parte), vias de fato, injúria, calúnia, difamação, desacato e perturbação do trabalho contra médicos. A capital paranaense  concentra 12% dos registros.

Como proceder em caso de violência

O CFM orienta ao médico que for vítima de violência para que denuncie. Quando houver ameaça, a indicação é que o profissional registre ocorrência na delegacia e informe por escrito, às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar sobre o ocorrido, apresentando dados dos envolvidos e testemunhas. O paciente deve ser encaminhado a outro colega, se não for caso de urgência e emergência.
 
Ocorrendo agressão física o médico deve comparecer à delegacia e registrar o BO, sendo necessário exame do corpo de delito. O fato deve ser comunicado imediatamente às diretorias clínica e técnica da unidade hospitalar para que seja providenciado outro médico para assumir suas atividades.

Denúncias no Paraná 

Desde agosto, a Comissão de Prevenção à Violência contra Médicos do CRM-PR, criada exclusivamente para tratar do assunto, tem recebido denúncias de médicos de todo o Estado.


As denúncias podem ser feitas tanto por e-mail (medicodenuncia@crmpr.org.br) como por telefone, respeitando o sigilo dos denunciantes que assim o desejarem (41 3240 7800).

Fonte: CFM, com informacões do CRM-PR

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