30/03/2020
CFM divulga documento com orientações sobre utilização de EPI e cuidados durante a assistência
Objetivo é ajudar médicos e equipes a adequarem procedimentos aos parâmetros de segurança recomendados pelas autoridades sanitárias
Quando e onde utilizar um equipamento de proteção
individual (EPI) e quais os cuidados que devem ser tomados durante a assistência aos casos confirmados e suspeitos de
COVID-19 nas diferentes etapas de atendimento nas redes pública e privada. Essas respostas constam de um documento
divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com o objetivo de ajudar os médicos e demais
membros da equipe a adequarem seus procedimentos aos parâmetros de segurança recomendados pelas autoridades sanitárias.
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A divulgação desse documento faz parte do esforço do CFM de reforçar
a proteção das equipes de saúde que estão na linha de frente em postos, prontos-atendimentos (UPAs),
prontos-socorros e hospitais em contato direto com as vítimas do coronavírus. Além desse manual, a autarquia
desenvolveu uma plataforma
online para receber informações de médicos sobre falta de EPI e de infraestrutura, o que impacta
negativamente na atuação dos profissionais.
"Estaremos vigilantes o tempo todo. Não
admitiremos o descumprimento de orientações emanadas pelo Ministério da Saúde e pela Organização
Mundial da Saúde. Na luta contra a COVID-19, a atuação dos médicos e de suas equipes é
elemento-chave que merece atenção redobrada, pois são os responsáveis pelo atendimento de milhares,
mas estão sob o risco constante de contaminação, de estresse e de fadiga", disse o presidente do CFM,
Mauro Luiz de Britto Ribeiro.
Cinco eixos
O documento "Orientações
gerais do CFM aos médicos e profissionais da saúde sobre medidas de prevenção e para uso de Equipamentos
de Proteção Individual (EPI)" foi elaborado sobre cinco eixos de recomendações. Ele se baseia
na Nota Técnica nº 04/2020, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e na literatura
médica aposta, até o momento, para facilitar a incorporação dessas medidas à rotina dos
profissionais.
No primeiro bloco do documento
do CFM há informações claras e objetivas sobre cuidados a serem observados durante o transporte de casos
suspeitos ou confirmados de COVID-19. Nesse item, é ressaltado a importância da boa ventilação
do veículo e dos procedimentos de higienização do veículo e dos profissionais envolvidos no atendimento.
No segundo bloco, a ênfase recai sobre
a cautela exigida quando o caso confirmado ou suspeito está no atendimento ambulatorial ou pronto atendimento. Os profissionais
recebem indicações de como agir no agendamento de consultas e quando se deparam com um paciente com sinais e
sintomas de COVID-19.
No trecho três,
dedicado à triagem e à espera por atendimento, os profissionais são orientados a estimular a realização
de higiene respiratória e etiqueta de tosse (por exemplo, coloque uma máscara cirúrgica sobre o nariz
e a boca do paciente) e a isolar o caso suspeito ou confirmado em uma sala. Também é ressaltado às equipes
que não devem tocar superfícies próximas ao paciente (mobiliário e equipamentos para a saúde)
com luvas ou outros EPIs contaminados ou com as mãos sem higienização, por exemplo.
Precaução
Na parte dedicada
à assistência, propriamente dita, o documento do CFM orienta os profissionais a utilizarem precauções
padrão para todos os pacientes, ou seja, agir como se todas as pessoas estivessem potencialmente infectadas ou colonizadas
pelo coronavírus. Em caso de procedimentos que gerem aerossóis (indução à tosse, intubação,
aspiração traqueal, ventilação invasiva e não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar,
ventilação manual antes da intubação, indução de escarro, coletas de amostras nasotraqueais),
eles precisam adotar cuidados específicos.
O
trabalho avança trazendo algumas orientações gerais para os médicos e suas equipes. Por exemplo,
explica que as máscaras cirúrgicas devem ser usadas por pacientes com sintomas de infecção respiratória
(febre, tosse espirros, dificuldade para respirar) e por profissionais de saúde e profissionais de apoio que prestarem
assistência a menos de um metro do caso suspeito ou confirmado. Já as máscaras N95 ou equivalente devem
ser usadas apenas por profissionais de saúde que realizam procedimentos geradores de aerossóis.
Antes de trazer uma tabela, na qual descreve graficamente o uso
adequado de EPI de acordo com a situação, o ambiente e o participante, o documento detalha cuidados com as luvas
de procedimentos não cirúrgicos, que devem ser utilizadas em qualquer contato com o paciente ou seu entorno;
os óculos de proteção ou protetores faciais, necessários se há risco de exposição
a respingos de sangue, secreções corporais e excreções; assim como o capote ou avental, os gorros
e as medidas de higienização das mãos.
FONTE: CFM