08/07/2009

CFM discute residência médica


O Pleno do Conselho Federal de Medicina (CFM) recebeu, nesta quarta-feira (8), a coordenadora da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), Maria do Patrocínio Tenório Nunes, para discutir os pontos prioritários do CFM e a integração destes pontos com os planos do Ministério da Educação. Para o presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade, "a formação de especialistas é uma necessidade e a residência médica tem se mostrado um modelo bem-sucedido nesse sentido".


Os participantes destacaram a necessidade de buscar consensos e de que as entidades médicas atuem em conjunto com a CNRM. "Cuidar desse segmento é prioritário para a saúde do nosso país. Essa tarefa fica impossível se não trabalharmos em conjunto com todas as entidades médicas e a sociedade", ressaltou Maria do Patrocínio.


O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral, lembrou a importância da especialização para a qualificação da medicina. "A residência acabou se tornando em alguns países um meio de salvaguardar a qualidade médica", apontou, destacando que é preciso resgatar o caráter formador da residência e vencer o fato de que os residentes tem sido usados para suprir a falta de mão de obra.


O presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), Romes Souza, lembrou o fato de o movimento dos residentes estar atualmente apagado. Ele disse que tem visto o enfraquecimento das residências de especialidades e reforço do Sistema Único de Saúde (SUS) rumo à política de atenção básica.


Outras questões discutidas foram a regulamentação cada vez mais forte do governo sobre a residência médica brasileira e a atuação fragmentada das entidades médicas junto aos ministérios da Educação e da Saúde.


Andrade mostrou dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontando que já somos um país em processo de envelhecimento. Em 2050 seremos uma população preponderantemente envelhecida e com novas necessidades, e o governo, segundo Andrade, tem direcionado a demanda ideologicamente. "Não se tem uma política com formação adequada e temos discurso ideológico distanciado da realidade da população", criticou.


Compareceu, também, o presidente da Associação dos Médicos Residentes do Rio Grande do Sul (Amerers) e secretário-executivo da Associação Nacional de Residência Médica, Nívio Moreira.


Fonte: CFM

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