Preocupado com o crescente número de dependentes, Conselho Federal de Medicina quer disseminar entre médicos informações
úteis para tratamento dos dependentes
O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou no dia 10 de agosto o protocolo de assistência a usuários e dependentes de
crack. O documento, intitulado Diretrizes Gerais Médicas para Assistência Integral ao Usuário do Crack, foi formulado pela
Comissão de Assuntos Sociais da entidade e define conceitos relacionados à droga e a seu uso, assim como aspectos gerais e
específicos do tratamento. Confira o
href="http://portal.cfm.org.br/images/stories/pdf/cartilhacrack.pdf" target="_blank">documento na íntegra.
Tratamento
O documento indica, por exemplo, o encaminhamento que deve ser dado aos usuários da droga no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS), com referência, entre outros recursos, à estrutura de urgências e emergências, de consultórios de rua e de albergues
terapêuticos.
Com o auxílio das diretrizes, médicos poderão avaliar e manejar casos de urgência que envolvam intoxicação, abstinência
aguda ou overdose. Também receberão orientações sobre as etapas dos processos de atendimento e as abordagens mais indicadas
aos usuários da droga.
Além das diretrizes médicas, o Conselho também apresentará à sociedade propostas de diretrizes para assistência integral
ao usuário do crack. Estruturadas sobre três eixos (policial, saúde e social), essas recomendações indicam ações que podem
auxiliar na redução do consumo dessa droga.
Números
Uma pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), realizada em 2005, indica que 0,7%
da população brasileira de 12 a 65 anos fez uso de crack pelo menos uma vez na vida.
Entre os entrevistados na pesquisa, 0,1% disse ter usado crack no período de um ano anterior à entrevista e 0,1% afirma
ter consumido a droga no período de 30 dias anterior à entrevista. O maior percentual de pessoas que haviam consumido a droga
pelo menos uma vez na vida encontrava-se no grupo de sexo masculino com idade entre 25 e 34 anos: 3,2%, o que à época correspondia
a 193 mil pessoas.
A pesquisa revelou ainda que 44,9% da população considerava "muito fácil" obter crack caso desejasse, o que equivalia
a 22.305.000 pessoas. O Ministério da Saúde estima que atualmente existam 600 mil usuários de crack no país. No entanto, há
divergência sobre este número. Alguns pesquisadores estimam essa população em torno de um milhão de pessoas.
Fonte: CFM