26/11/2012
CE votará projeto que institui Ato Médico na próxima semana
Ficou para a próxima semana a votação, pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), do substitutivo da Câmara dos Deputados
ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 268/2002, que institui o Ato Médico. Logo após a leitura pelo senador Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB) do relatório favorável à matéria, diversos senadores solicitaram tempo para análise (vistas coletivas) do projeto.
O presidente da comissão, senador Roberto Requião (PMDB-PR), anunciou, então, que a votação ocorrerá na próxima terça-feira
(4).
Ao apresentar seu voto, Cássio lembrou que o projeto já tramita há uma década no Congresso Nacional e que foi tema de
um "debate exaustivo". Ele defendeu o texto já aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que acata
modificações feitas pela Câmara e rejeita emendas de deputados consideradas benéficas aos médicos mas desfavoráveis a outros
profissionais de saúde.
- É inimaginável pensar que o Senado estaria propondo legislação que criasse hierarquia entre profissões. Todas são importantes
- afirmou Cássio.
Em seguida, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que foi relator da matéria na CCJ, disse que procurou garantir
os direitos de profissões regulamentadas e reconhecidas em lei, restaurando, em alguns dispositivos, o texto que havia sido
aprovado pelo Senado inicialmente, antes das modificações da Câmara. Ele citou como exemplo a entubação traquial, que, segundo
o texto adotado pela CCJ, passa a ser coordenado - e não comandado - por um médico. O senador lembrou ainda a necessidade
de integração, nessa função, entre médicos e fisioterapeutas.
A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), autora do substitutivo enviado à Câmara, informou que o projeto foi discutido no Senado
por dois anos com representantes de 14 caegorias. Por sua vez, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) admitiu que existem muitas
críticas ao projeto, mas alertou que nem sempre os autores dessas críticas conseguem apontar as falhas que dizem existir no
texto. Da mesma forma, o senador Cyro Miranda (PSDB-GO) lamentou que ainda exista muita "falta de conhecimento" a respeito
da matéria.
Ao final da discussão, Requião disse que o debate em torno da proposta está cercado por "muito folclore".
- Meus amigos de barbearia em Curitiba me perguntaram, brincando, se será necessário obter uma receita médica para cortar
o cabelo - contou Requião.
Fonte: Agência Senado