25/11/2010
CBO lança programa de conscientização sobre a importância da saúde ocular
Mulheres são maioria entre os cegos
O número de pessoas cegas no mundo vai dobrar até 2020, em relação ao ano de 2000, segundo estimativa da Organização Mundial
da Saúde (OMS) e da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB). Essa realidade também atinge o Brasil. Estima-se
que no país haja uma prevalência de 45 milhões de casos e uma incidência de novos casos de 570 mil por ano somente de catarata,
que é a principal causa de cegueira. Preocupado com essa realidade, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) lança o Programa
de Incentivo à Educação do Paciente que tem como objetivo prevenir a cegueira e levar a saúde ocular para toda a população
brasileira.
Como forma de disseminar informações sobre o assunto, o CBO também vai distribuir um kit com material educativo e apresentações
para realização de palestras. Nele há duas cartilhas com informações para a população sobre como evitar acidentes oculares
mais comuns e sobre a importância dos cuidados com a visão nas diferentes fases da vida.
A ideia é incentivar e potencializar a discussão do assunto com os pacientes como forma de prevenção e diagnóstico precoce
da doença. Com isso, esperamos promover a atenção e conscientização da população quanto à importância das ações preventivas
em doenças passíveis de controle e tratamento, com potencial de cegueira irreversível, como o glaucoma e retinopatia_ explica
o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, o médico Paulo Augusto de Arruda Melo.
Aumento da expectativa de vida eleva número de deficientes visuais no Brasil
O perfil dos portadores de deficiência visual no mundo tem mudado em função de inúmeros fatores, entre eles, a melhora
das condições de vida de diferentes populações, o avanço científico e tecnológico, a evolução da oftalmologia e o aumento
da proporção de pessoas recebendo assistência oftalmológica, vacinação e outros cuidados com a saúde.
Essa evolução prolongou a expectativa de vida, com consequente, aumento da população de idosos e de doenças oculares,
predominantemente, as crônico-degenerativas. Assim, o envelhecimento das populações está associado a um aumento do número
de cegos e deficientes visuais_ analisa o presidente do CBO.
No Brasil, consideram-se que entre as causas mais importantes de deficiência visual estão as cataratas, glaucomas, sequelas
de traumatismos, retinopatia diabética e degeneração macular relacionada com a idade. O idoso é um dos mais afetados pelas
doenças causadas pela cegueira. A pessoa que possui baixa acuidade visual tende a apresentar diminuição da autoestima, depressão,
maior probabilidade de trauma por quedas, produtividade diminuída e acarreta gastos extras para a família, comunidade e Governo.
"A iniciativa do CBO tem como objetivo contribuir para a redução drástica da cegueira evitável até o ano de 2020 e fornecer
uma estrutura para coordenar o controle da cegueira mundial de maneira adequada, com participação do IAPB", explica Arruda
Melo.
O projeto inclui a crescente conscientização de que a cegueira é uma questão importante de saúde pública; o controle das
principais causas de cegueira; o treinamento de oftalmologistas e outros profissionais para prestação de serviços oftalmológicos
adequados e a criação de uma infraestrutura para lidar com o problema.
SAIBA MAIS SOBRE AS DOENÇAS QUE PODEM LEVAR À CEGUEIRA:
Catarata: é definida como qualquer opacificação do cristalino que atrapalhe a entrada de luz nos olhos, acarretando desde
a diminuição da visão até a cegueira. Aproximadamente 85% das cataratas são classificadas como senis com maior incidência
na população acima de 50 anos), mas o problema também pode acometer crianças, por isso é importante manter a rotina do exame
oftalmológico. A correção cirúrgica é a única opção para recuperação da capacidade visual do portador de catarata.
Glaucoma: doença ocular que provoca lesão no nervo óptico e campo visual, podendo levar à cegueira. Na maioria dos casos,
vem acompanhada de pressão intraocular elevada. Em geral, o tratamento é feito com colírios. A cirurgia se torna opção quando
o tratamento clínico não apresenta resultados satisfatórios. O glaucoma pode ser: congênito (os recém-nascidos apresentam
globos oculares aumentados e córneas embaçadas. O tratamento é cirúrgico), secundário (ocorre como consequência de cirurgia
ocular, diabetes, traumas ou uso de corticóides) e crônico (costuma atingir pessoas acima de 40 anos de idade. Se a doença
não for tratada, leva à cegueira. Por isso, o exame oftalmológico anual, preventivo, é fundamental para detecção e tratamento
precoce).
Retinopatia Diabética: a diabetes é uma doença progressiva, que afeta, entre outras áreas do corpo, os vasos sanguíneos
do olho. As pessoas que tem diabetes apresentam um risco de perder a visão 25 vezes maior do que as demais. De acordo com
a Organização Mundial de Saúde, a retinopatia diabética atinge mais de 75% das pessoas que têm diabetes há mais de 20 anos.
O controle cuidadoso do diabetes, com uma dieta adequada, e acompanhamento médico são as principais formas de evitar o desenvolvimento
da retinopatia diabética. Para manter a visão, diabéticos devem passar rotineiramente por uma consulta oftalmológica.
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI): ocorre geralmente depois dos 60 anos de idade e afeta a área central da
retina (mácula). A DMRI causa baixa visão central (mancha central) dificultando principalmente a leitura. Os danos à visão
central são irreversíveis, mas a detecção precoce e os cuidados podem ajudar a controlar alguns dos efeitos da doença.
Fonte: CFM