02/10/2008
Brasil lidera o consumo de remédios para emagrecer
A Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou o Brasil como o país onde mais se consome remédios para emagrecer, informou ontem
o telejornal Hoje, da TV Globo. De acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 170 milhões de cápsulas
de remédios para emagrecer foram vendidos de janeiro a julho deste ano, somente nas farmácias de manipulação.
Com uma pílula por habitante, Goiás é líder nacional em consumo de emagrecedores, seguido do estado de São Paulo, ainda
segundo a Anvisa, referentes aos meses de janeiro a julho deste ano. No estado de São Paulo, para cada mil habitantes, 995
cápsulas de emagrecedores foram compradas. A terceira unidade da federação que aparece no ranking é o estado do Rio de Janeiro,
com 577 pílulas para cada mil pessoas.
O levantamento considerou o uso de quatro anorexígenos (anfepramona, femproporex, sibutramina e rimonabanto). Sem levar
em conta o número de habitantes, o estado de São Paulo surge como o primeiro do ranking, com 40,8 milhões de cápsulas vendidas
nos primeiros sete meses deste ano.
O consumo dessas substâncias é muito alto no país, segundo o médico Antônio Gonçalves Pinheiro, integrante do Conselho
Federal de Medicina. "São medicamentos vendidos apenas sob prescrição. É possível que alguns médicos estejam fazendo uso receituário
indevido dessas substâncias.'' Ele diz que o uso abusivo pode causar problemas circulatórios e distúrbio comportamental.
O Conselho Regional de Medicina de Goiás informou que desde o ano passado reforçou as orientações à classe médica sobre
a prescrição desses medicamentos. Cerca de 5,7 milhões de cápsulas de anorexígenos foram vendidas no Estado, segundo o levantamento
da Anvisa.
No início deste ano, a agência passou a controlar pela internet a movimentação de drogas sujeitas a controle especial
em farmácias e drogarias. A coordenadora da Anvisa, Marcia Gonçalves, afirmou que a Agência vai aumentar a fiscalização, juntamente
com a Polícia Federal, para coibir o uso abusivo dos produtos.
"A Anvisa já está exigindo que os médicos se cuidem que não sejam tão generosos em oferecer esse tipo de receitas, mas
[o número] continua bastante alto quando comparamos com outras partes do mundo", avalia o representante no Brasil e Cone Sul
do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), Giovanni Guaglia.
Fonte: Gazeta do Povo