24/05/2011
Baixo salário afasta médicos de concurso da Prefeitura de Londrina
Em pelo menos dois cargos oferecidos pelo município para médicos, o número de candidatos inscritos é inferior ao número
de vagas ofertadas
O concurso público aberto pela Prefeitura de Londrina, a ser realizado em 29 de maio, não deve sanar os problemas da falta
de médicos nas unidades de saúde da cidade. Isso porque, em pelo menos dois cargos oferecidos pelo concurso, o número de médicos
inscritos é inferior ao número de vagas ofertadas. De acordo com informações divulgadas no site da Consulplan, responsável
pela elaboração do concurso, apenas oito pessoas se candidataram ao cargo de ginecologista e sete para o de pediatra, enquanto
o número de vagas para ambas as funções é 10.
A falta de interesses dos médicos é causada principalmente pelo valor dos salários. A base salarial para médico do trabalho,
clínico geral, ginecologista e pediatra é de R$ 3.005,64, com carga horária de 20 horas semanais. Segundo informações divulgadas
pela Consulplan, apenas dois candidatos se interessaram pela única vaga de médico do trabalho. O cargo mais concorrido na
área médica é o de medicina geral, com 29 inscritos para 10 vagas. Numa comparação, no mesmo concurso as cinco vagas de auxiliar
educativo tiveram 13.422 pessoas interessados, 2,6 mil por vaga para um salário de R$ 1.233,74.
Já as vagas para plantonistas, com salários de R$ 4.873,15, para trabalhar 24 horas por semana, são mais concorridas.
Quatorze profissionais se inscreveram para o cargo de plantonista na área de ginecologia, que oferece quatro vagas. Em pediatria,
são 12 candidatos para oito oportunidades. Já o cargo de médico geral teve 55 inscrições para 7 vagas.
Na avaliação do vice-presidente do Sindicato dos Médicos e membro do Conselho Municipal de Saúde, José Luiz de Oliveira
Camargo, a baixa procura dos profissionais pela carreira pública se deve não apenas aos baixos salários ofertados, mas também
à ausência de um plano de carreira específico para os médicos. "Queremos um novo plano de cargos e salários com enquadramento
individualizado por categoria profissional", reivindicou. Camargo disse ainda que a baixa procura de médicos no concurso municipal
já era esperada. Acrescentou, também, que muitos dos inscritos podem não comparecer à prova ou nem tomar posse, se aprovados.
"O problema da falta de médicos vai continuar", lamentou.
Fonte: Gazeta do Povo