14/02/2020
Evento proposto pelos parlamentares Michele Caputo Neto e Tercílio Turini reuniu gestores públicos e representantes da área de saúde no Estado, incluindo o Conselho Regional de Medicina
Para orientar os paranaenses sobre os riscos e tranquilizar
a população sobre as ações que as autoridades públicas estão tomando, a Assembleia
Legislativa do Paraná promoveu, na manhã de quinta-feira (13), a audiência pública “Novo
Coronavírus – O que podemos fazer para nos proteger”, proposta pelos deputados Michele Caputo Neto e Tercílio
Turini. O encontro envolveu gestores públicos das esferas federal, estadual e municipais, além de representantes
das profissões de saúde. O secretário-geral Luiz Ernesto Pujol, representou o Conselho Regional de Medicina
do Paraná, que na próxima semana realiza uma reunião plenária temática sobre o coronavírus.
Michele Caputo, que é farmacêutico e já foi secretário municipal (Curitiba) e estadual de saúde, assinalou que o evento teve o propósito de “afirmar o verdadeiro tamanho do problema em nosso país, estado e municípios, além de discutir as medidas preventivas que devemos tomar.
“Precisamos evitar o discurso que minimiza a situação tanto quanto o que gera pânico nas pessoas. Temos que dar à epidemia chinesa o real tamanho que ela tem. Na metodologia de apuração de óbitos e novos casos da doença na China, já são quase 1.400 mortos e cerca de 60 mil infectados. Esperamos que todos os controles aconteçam, mas é preciso passar a boa informação, a da verdade epidemiológica”, destacou o parlamentar. O deputado Nelson Luersen também prestigiou o evento. “É preciso envolver a população de forma globalizada, com todas as esferas responsáveis”, disse.
CONFIRA AQUI INFORMAÇÕES GERAIS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CURITIBA PARA PREVENÇÃO
DO NOVO CORONAVÍRUS.
Para informar as ações que o Governo Federal toma para evitar a doença no Brasil, palestrou, via videoconferência, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, responsável pela área que coordena as ações de controle e monitoramento do novo Coronavírus no país. “O Brasil faz parte de uma rede mundial de alerta e reposta aos surtos e por meio dela, mesmo antes da Organização Mundial de Saúde fazer o primeiro comunicado, já havíamos detectado os casos de pneumonia desconhecida e chinesa.”, afirmou.
Por conta disso, explicou o secretário, o Brasil iniciou o quanto antes as medidas sanitárias necessárias para evitar a entrada do vírus e ao monitoramento de qualquer caso suspeito. “Desde o início do ano são mantidos boletins epidemiológicos, ativação de centro de operação e definição do guia de vigilância epidemiológica e plano de contingenciamento de alerta com três níveis de resposta”, explicou Wanderson Kleber de Oliveira.
De acordo com o secretário, as medidas estão sendo tomadas com todas as pastas estratégicas do Governo Federal em parceria com as secretarias estaduais e municipais, com apoio da Organização Pan-americana da Saúde. “Fizemos a mudança da definição de casos em que todas as pessoas vindas da China e que apresentassem febre, até catorze dias antes do retorno, são suspeitos. Ampliamos a definição de casos, tornando-a mais sensível”, garantiu, ressaltando ainda que o Laboratório Central do Paraná (Lacen) será, nas próximas semanas, capacitado para a realização de testes que identificam e diagnosticam pacientes do Novo Coronavírus.
Alinhar ações
De acordo com Acácia Nasr, coordenadora de epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde, que representou o secretário Beto Preto, é preciso manter discussões como a proposta na audiência pública que congreguem municípios, estados e federação para orientar a população e prevenir uma possível entrada do vírus no Paraná. “Um alinhamento das ações para um plano de contingência do estado, que coordenada todas as ações municipais, desde fluxogramas para os profissionais de saúde, as parcerias com ANVISA e Defesa Civil e os protocolos no manejo clínico”, explicou.
Para secretária municipal de saúde de Curitiba, Márcia Huçulak, o tema causa preocupação e por este motivo o debate deve ser constante. “No sentindo de que medidas devem ser tomadas para proteger nossa população. É um novo vírus, estamos aprendendo com a evolução dos casos. Temos no Paraná um plano de contingência, junto com a Secretaria de Estado da Saúde. Mais de 99% dos óbitos está na China, com apenas um óbito fora do país, mesmo assim, de uma pessoa que esteve na China”, frisou.
“Mesmo assim, precisamos alertar a população sobre os cuidados, por que temos a chegada do vírus Influenza e sarampo, que são doenças de transmissão respiratória. O cuidado, chamado etiqueta respiratória, como lavar as mãos, usar álcool em gel, evitar aglomerações e deixar os ambientes arejados, além de tossir nos cotovelos e usar lenços, evita as proliferações de vírus, não apenas o Novo Coronavírus”, alertou.
Participantes
Participaram da audiência pública ainda: Marco Antônio Teixeira, coordenador do centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção à Saúde Pública do Ministério Público do Paraná; Paulo Costa Santana, conselheiro do Conselho Estadual e Saúde do Paraná; Daniela Dorneles, coordenadora substituta de vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras e recintos alfandegados do Paraná; Janaina Naumann, presidente do Conselho de Biomedicina do Paraná e coordenadora do Fórum dos Conselhos Profissionais da Saúde do Paraná; Miriam Ramos Fiorentin, presidente do Conselho Regional de Farmácia (DRF-PR); Simone Peruzzo, presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Corem-PR); e Luiz Ernesto Pujol, secretário-geral do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR).
O que é
Coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias. O novo agente do Coronavírus (nCoV-2019) foi descoberto em dezembro de 2019 após casos registrados na China. Até agora, a China já registrou mais de 1,5 mil mortes e mais de 60 mil casos foram confirmados. No Brasil, há nove casos suspeitos; nenhum foi confirmado e o presidente Jair Bolsonaro sancionou lei de quarentena, que regulamenta o tratamento dos brasileiros que deverão ser trazidos da China. Além disso, em janeiro deste ano, foi publicado no Diário Oficial da União um decreto presidencial reativando um Grupo de Trabalho Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. O grupo já atuou em outras situações, como a pandemia de influenza, e agora atuará no caso do novo Coronavírus.
Transmissão - As investigações sobre a transmissão do Coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação da doença se dá por contato próximo de pessoa por pessoa. Ainda não está claro com que facilidade o Coronavírus se espalha de pessoa para pessoa, mas a transmissão costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
Sintomas
Os sinais e sintomas clínicos são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado, podendo causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. Os principais sintomas são: febre, tosse e dificuldade para respirar.
Prevenção - Cuidados básicos como lavar frequentemente as mãos e cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir ajudam. Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença e evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações também ajudam na prevenção.
Tratamento
Ainda não existe tratamento específico para infecções causadas por Coronavírus humano, mas estudos já estão sendo realizados em diversos países para se chegar a uma alternativa de imunização. Por enquanto, a melhor forma de se proteger é adotar aqueles velhos hábitos de higiene e prevenção contra doenças respiratórias. “Como o contágio de pessoa para pessoa é por gotículas contaminadas, as recomendações são as mesmas da gripe. Lavar frequentemente as mãos, não compartilhar objetos de uso pessoal, manter os ambientes sempre bem arejados e evitar o contato com pessoas doentes é sempre válido”, explicou o deputado Michele Caputo.
Fonte: ALEP