A honra conferida a mim, para presidir esta Instituição nos próximos 20 meses, vem carregada de expressiva responsabilidade, principalmente no atual momento político em que nos encontramos, no qual foi orquestrada uma imagem denegrida de nossa profissão e adoção de políticas públicas na área de saúde que sucatearam, como nunca e a todos os níveis, os sistemas de recuperação da saúde disponibilizados à população.

Tenho ciência de que serão muitos os obstáculos a serem superados para que possamos resgatar a dignidade da medicina e recuperarmos a merecida qualidade dos serviços de saúde deste País. É chegado o momento no qual cada um dos médicos deve assumir o seu papel e a sua efetiva participação em prol de seus direitos e deveres perante a sociedade.

Para essa função, comprometo-me à função precípua de fazer com que sejam cumpridos os princípios de nosso Código de Ética, sendo então justificáveis as punições aos médicos sob a estrita e minuciosa análise que comprove a denúncia de agravo ser passível de penalização e, no que possibilita a Lei, interferir legal e politicamente sobre as eventuais incoerências das determinações dos gestores públicos.

Nesta perspectiva, imbuído em zelar pela retidão de conduta em todas as decisões, manterei um princípio sedimentados por longos anos de vida: “Fazer a coisa certa simplesmente porque é a coisa certa a fazer, sem considerar nenhuma outra espécie de motivo”. Assim, concederei meu apoio a tudo aquilo que é benéfico à classe médica e à população, segundo a ética e a legalidade; e contestarei o que se mostrar contrário a tal.

Aproveito este momento singular, em que assumo tão ilustre cargo, para externar elogios aos gestores anteriores e reafirmar que, como tradição de Nossa Casa, a porta deste Conselho estará aberta a todos os médicos para que, em uníssono, manifestemos nossa crítica de modo construtivo e que a mesma não possa ser tomada como detração, nossa lúcida resistência às injustiças, de forma a não caracterizar traição; e nossa insurreição baseada em ponderações tão claras e sustentáveis que não configure afronta.

Portanto, o diálogo honesto no que tange aos propósitos comuns, acredito, será o marco do início de mudanças, renovando a missão de realizar o que a Lei que instrui os Conselhos de Medicina assevera: “Zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente.

Discurso de posse do conselheiro Luiz Ernesto Pujol como presidente do CRM-PR, em 1º de junho de 2015.