28/08/2007
Associação Médica do Paraná pede remuneração digna pelo SUS
Profissionais recebem, atualmente, apenas R$ 2,04 por consulta
O presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo, vai solicitar à bancada de senadores e deputados
federais paranaenses o auxílio dos parlamentares na luta por valores mais justos aos médicos que atendem pelo Sistema Único
de Saúde (SUS). A idéia é reunir toda a classe médica do Estado e lutar também pela regulamentação da PEC 29, que garantiria
o destino de, no mínimo, 12% do Orçamento de Estados e municípios para a Saúde. Embora já seja válida, a regra hoje não é
cumprida devidamente - os recursos são desviados para outras demandas.
Segundo Macedo, o cenário caótico do sistema público de saúde hoje é conseqüência da falta de investimentos e também da
insatisfação dos médicos, que não estão sendo recompensados por sua responsabilidade na profissão que exercem. "Estamos com
os mesmos valores desde 1999. Hoje, o médico recebe apenas R$ 2,04 por uma consulta normal pelo SUS e somente R$ 7,00 por
outra especializada", afirma o presidente da AMP. "Os valores estão longe de ser condizentes com a importância da profissão
e com a dedicação integral do médico a seu paciente", destaca, lembrando que o médico precisa de, pelo menos, dez anos de
estudo e dedicação para formar-se especialista.
Todos os procedimentos médicos têm um valor mínimo, ditado por uma tabela chamada Classificação Brasileira Hierarquizada
de Procedimentos Médicos (CBHPM), determinada a partir de estudos feitos pelas 54 sociedades científicas e pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Econômicas. José Fernando Macedo afirma que, para que a remuneração fosse digna, deveria chegar a, no
mínimo, 20% a 30% dos valores da tabela. "Desta forma, o médico poderia receber, pelo menos, R$ 12,00 em uma consulta que,
pela CBHPM, custaria R$ 60,00", calcula.
Segundo o presidente da Associação Médica do Paraná, somente a união dos médicos poderá mudar esse cenário. "Se não lutarmos
por uma valorização efetiva a classe médica, haverá um verdadeiro colapso no sistema de saúde do País, uma vez que a baixa
remuneração inviabiliza a existência de entidades públicas, filantrópicas, universitárias ou Santas Casas", conclui Macedo.
Fonte: Literal Link Comunicação Integrada