23/05/2022

Após reação do Conselho Federal e Regionais, MEC revoga portaria que criava novas vagas em Medicina

Com a medida, volta a viger a Portaria do MEC nº 523/2018, que não incluía os cursos de Medicina autorizados no âmbito de chamamento público no protocolo de pedidos de aumento de vagas

Em publicação do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (23), o Ministério da Educação (MEC) revogou a portaria nº 343, de 12 de maio de 2022, que liberava a criação de novas vagas em cursos de Medicina, até o limite de 100 alunos. A decisão ocorre após manifestação contrária das entidades médicas, incluindo o Conselho Federal de Medicina, que no dia 18 último emitiu nota à sociedade “condenando a expansão de vagas”, realçando posição também dos Regionais sob o temor de comprometimento ainda maior na qualidade da formação. A Frente Parlamentar de Medicina teve importante papel nas tratativas com o Governo Federal.

CONFIRA AQUI A NOTÍCIA E A ÍNTEGRA DA NOTA

A medida permitia o aumento de vagas nos cursos de Medicina em instituições de ensino superior criadas por chamamento público, no âmbito do programa Mais Médicos. O programa propõe melhorar o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), trazendo mais médicos para regiões onde há escassez ou ausência desses profissionais, dentre outros objetivos.

Os pedidos de aumento de vagas pelas instituições deveriam ser feitos à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (SERES) e seria permitido o acréscimo de no máximo 100 vagas por curso. 

Com a revogação, passa a vigorar novamente a Portaria do MEC nº 523, de 1º de junho de 2018, que não incluía os cursos de Medicina autorizados no âmbito de chamamento público no protocolo de pedidos de aumento de vagas.

Reação das organizações nacionais

Em nota divulgada, o Conselho Federal de Medicina (CFM) pediu a imediata revogação da portaria. De acordo com o órgão, a portaria possibilita a criação de 37 mil vagas em cursos já existentes e, milhares delas, em municípios que não oferecem condições necessárias para o pleno processo de ensino e aprendizagem da medicina. 

“Lamentavelmente, essa decisão foi tomada sem consulta ao CFM e às demais entidades médicas. Isso expressa uma opção excludente, autoritária e pouco transparente na condução de tema delicado e com consequências para a vida da população e dos profissionais”, afirmou o conselho em nota.

No dia 18 de maio, a Associação Médica Brasileira (AMB) também já havia se posicionado contra a abertura de novas escolas médicas e o aumento de vagas nos cursos de medicina. A AMB esclareceu que, atualmente, há 570 mil médicos no Brasil, e que esses profissionais estão distribuídos de forma inadequada pelo país. 

Assim, considerando que não há uma carreira nacional do médico para facilitar a correta distribuição dos profissionais, a nota afirma: "A prioridade neste momento seria a melhoria na qualificação médica das instituições de ensino já existentes".

Fontes: Portal Quero Bolsa e CRM-PR

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