A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Polícia Federal (PF) realizam na última quarta-feira (3) a Operação
Metalose. O objetivo da ação é coibir a adulteração de próteses ortopédicas fabricadas de forma irregular. Os agentes da polícia
federal estão cumprindo mandados de busca e apreensão em 12 cidades do país.
No estado de São Paulo, a operação acontece nas cidades de Cotia, Guarulhos, Mogi Mirim, Marília, Mogi Guaçu, Piraju,
Rio Claro e na capital. No Paraná, as buscas estão acontecendo em Curitiba e Londrina. A operação também ocorre em São Luiz
(MA) e Petrolina (PE). O alvo do trabalho articulado entre a Anvisa e a PF também inclui fabricantes ilegais e clínicas que
fazem a implantação destas próteses.
A Operação Metalose conta com a participação de 80 servidores da Agência que acompanham o trabalho dos policiais federais
na identificação dos produtos irregulares. A ação realizada nesta quarta-feira é resultado do trabalho de monitoramento da
Anvisa sobre problemas ocorridos com próteses que apresentaram graves desvios de qualidade como o uso de metal inadequado
para a fabricação desses materiais. Há cerca de seis meses, a PF e Anvisa iniciaram investigação conjunta. A fabricação de
próteses sem registro ou com material adulterado é crime hediondo previsto no Código Penal.
Até a criação da Anvisa, as exigências e o acompanhamento da qualidade das próteses ortopédicas comercializadas no Brasil
eram praticamente inexistentes. Em 2000, a Agência publicou o primeiro regulamento de Boas Práticas de Fabricação para próteses.
Dois anos depois, foi feito o primeiro projeto de Qualidade para Implantes Ortopédicos.
Imprensa - O adjunto de diretor-presidente da Anvisa, Norberto Rech, e autoridades da Polícia Federal falam sobre a Operação
Metalose, às 16h desta quarta-feira (3), na Superintendência da PF em São Paulo: Rua Hugo D'Antola, 95, Lapa de Baixo.
Sanções - De acordo com o artigo 273/1B do Código Penal e a Lei 9.677/98, a adulteração, a falsificação e a produção sem
registro de produtos sujeito à vigilância sanitária, bem como a importação, venda e armazenagem, são considerados crimes hediondos
contra a saúde pública. A lei prevê pena de 10 a 15 anos de prisão.
As empresas irregulares ainda poderão ser penalizadas com multa que varia entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão, definida conforme
a avaliação da gravidade do fato e possíveis antecedentes ou irregularidades sanitárias.
Denúncias - Denúncias sobre problemas de qualidade e de produtos sem registro sanitário podem ser feitas à Anvisa pelo
endereço eletrônico ouvidoria@anvisa.gov.br e pelo telefone 0800-61-1997
Orientações - O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa e vigilâncias sanitárias estaduais e municipais) acompanhará
possíveis ações de recolhimento de próteses adulteradas que estejam sendo comercializadas irregularmente. O recolhimento,
porém, é uma responsabilidade das empresas fabricantes e distribuidoras dos produtos.
Por precaução, os
pacientes
devem procurar o médico que realizou a cirurgia. Ele é o profissional habilitado a avaliar os resultados da operação e
o período pós-operatório. O paciente também pode procurar o hospital onde a cirurgia foi realizada para obter mais informações
sobre a prótese implantada.
Operações policiais com a participação direta da Anvisa (2006 e 2007)
Planaltina (DF)
- Fechamento de ponto de distribuição de medicamentos sem registro na Anvisa;
- Apreensão de seis mil unidades de produtos;
- Prisão, em flagrante, do proprietário de distribuidora clandestina.
Cachoeiro do Itapemirim (ES)
- Fechamento de dois laboratórios de fabricação de medicamentos sem registro na Anvisa;
- Apreensão de oito toneladas de 25 itens de produtos;
- Prisão em flagrante dos proprietários dos laboratórios.
Ubatuba (SP)
- Fechamento de laboratório e pontos de distribuição de medicamentos sem registro na Anvisa;
- Apreensão de 50 litros de "elixir" e centenas de frascos (vazios), rótulos e bulas;
- Prisão em flagrante do proprietário do laboratório.
Bauru (SP)
- Fechamento de ponto de distribuição de medicamentos sem registro na Anvisa;
- Apreensão de 10 mil produtos fabricados em oito laboratórios clandestinos;
- Prisão em flagrante do proprietário da distribuidora.
Hipócrates
- Este ano, a Polícia Federal realizou a operação Hipócrates, no Rio de Janeiro (RJ). Cerca de 30 pessoas já foram presas
por envolvimento em roubo de cargas de medicamentos;
- O trabalho contou com a participação de quatro funcionários da Anvisa que auxiliaram os policiais.
Sibutramina
- No último dia 15 de junho, em uma operação conjunta, fiscais da Anvisa e das Vigilâncias do estado de São Paulo e da
região de Osasco (SP) suspenderam a fabricação e comercialização de alimentos e demais produtos adulterados (como o "CLA"),
com a substância sibutramina, por uma distribuidora localizada no município de Embu-Guaçu (SP);
- A sibutramina é estimulante do sistema nervoso central e sua utilização só é aprovada pela Agência em moderadores de
apetite, mediante prescrição médica e retenção de receita (
Portaria SVS/MS 344/98).
Placebo (primeira fase)
- Em uma operação articulada de investigação, a Anvisa e a Polícia Federal identificaram a venda ilegal de medicamentos
e produtos sem registro na Anvisa, oferecidos na internet, com fabricação ou distribuição irregular em seis estados e dez
municípios do país;
- A comercialização foi identificada em cerca de 60 pontos clandestinos de armazenagem ou venda nos estados de Minas Gerais
(na capital Belo Horizonte e em outras quatro cidades), Espírito Santo (município de São Matheus), Piauí (em Parnaíba), Pernambuco
(Joboatão dos Guararapes, na Grande Recife), Santa Catarina (Florianópolis) e Rio Grande do Sul (Porto Alegre).
- A Operação Placebo é resultado de nove meses de investigação conjunta que começou com o rastreamento, por servidores
da Anvisa, de 22 anunciantes na internet.
Aeroporto de Brasília
- Em uma operação conjunta, a Anvisa e a Polícia Federal apreenderam medicamentos falsificados que eram comercializados
em uma farmácia no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília (DF). A operação foi deflagrada no
último dia 2 de agosto;
- Por meio de denúncia de usuário, fiscais da Anvisa identificaram falsificação em 55 caixas de dois lotes do medicamento
Cialis e quatro caixas de Viagra.
Placebo (segunda fase)
- Realizada no último dia 18 de setembro na capital paulista, no Distrito Federal e em Unaí (MG);
- Prisão de duas pessoas: uma em São Paulo e outra na cidade do Guará (DF).
- Apreensão de mais de 500 caixas de medicamentos de uso controlado como anabolizantes e anfetaminas, além de computadores
que foram recolhidos para o prosseguimento das investigações. Também foram encontradas uma arma e indícios de falsificação
de medicamentos.
Fonte: Informa Saúde