14/09/2020
Agência esclarece sobre notícia falsa envolvendo a segurança de equipamento usado para triagem por meio de medição de temperatura corporal; emprego direcionado à testa é inofensiva ao ser humano
A Anvisa informa que é falsa a notícia de que o uso de termômetros infravermelhos direcionados para a testa pode fazer mal ao ser humano, em especial à região da glândula pineal. A glândula tem função de produção e regulação de hormônios e fica localizada próximo ao tálamo e hipotálamo, na parte mais central do cérebro.
Com base na avaliação de referências bibliográficas e recomendações sobre esses produtos, a Anvisa conclui e informa à população que a medição de temperatura por termômetro infravermelho direcionado à testa é inofensiva ao ser humano. O órgão informa, ainda, que esses produtos não emitem radiação, somente captam o calor emitido pelo corpo humano na forma de radiação infravermelha.
Portanto, diante da veiculação das fake news, a Gerência de Tecnologia em Equipamentos (GQUIP) da Gerência-Geral em Tecnologia de Produtos para Saúde (GGTPS) preparou um material para esclarecer a população sobre o assunto. Confira!
Termômetros infravermelhos
A radiação infravermelha é um tipo de luz, num espectro que não é visível ao ser humano, emitido por todo corpo quente. Os termômetros infravermelhos, destes usados para medição de temperatura corporal em avaliação clínica médica de pacientes ou para triagem de pessoas em estabelecimentos comerciais, usa um sensor passivo para detectar a radiação infravermelha emitida pelo calor do corpo. O termômetro não emite radiação, ele somente detecta a radiação emitida pelo corpo, daí ser usada a expressão “sensor passivo”.
Muitos termômetros possuem um laser-guia, que não faz a medição da temperatura, servindo somente para indicar o local onde está sendo feita a medição, evitando erros na leitura. A luz emitida por esse laser se encontra no espectro visível, sendo usada a luz vermelha de baixa intensidade. Essa luz também não possui poder de penetração na pele, sendo, em parte refletida, tornando visível o ponto vermelho que indica o local da medição. Uma pequena parte da luz é absorvida, se tornando calor.
Devido à baixa intensidade do laser, esse calor absorvido não é suficiente para causar sensação de aquecimento no local ou alterar a temperatura medida pelo termômetro.
Comercialização
Todos os termômetros infravermelhos usados clinicamente em hospitais e estabelecimentos de saúde devem ser submetidos à Anvisa antes de terem sua comercialização aprovada em território nacional. Durante esta submissão, o fabricante comprova a segurança e a eficácia do produto. Dessa forma, a Agência só libera a comercialização de termômetros capazes de medir a temperatura de forma correta e com segurança para a população.
De forma extraordinária e temporária, foi publicada a Resolução da Anvisa RDC 356/2020, alterada pela RDC 379/2020, que permitiu a importação de produtos prioritários para combate ao COVID19 (incluindo os termômetros de luz infravermelha), sem registro na ANVISA, desde que tenham registro e sejam comercializados num dos países membros do International Medical Device Regulators Fórum-IMDRF (Europa, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão, Singapura, Rússia, Coréia do Sul e China).
Os equipamentos utilizados para medir a temperatura corporal com finalidade exclusiva para triagem de pessoas em ambientes públicos, sem indicação para fins de diagnóstico médico, não são considerados produtos para saúde, nos termos da RDC 185/2001. Por isso, não precisam de aprovação da Anvisa para sua utilização. Sendo assim, não necessitam da autorização para fins de importação, fabricação e comercialização no país, conforme a Lei 6.360/1976.