24/07/2008
Anvisa cancela registro do antiinflamatório Prexige
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária determinou, nesta terça-feira (22), o cancelamento
do registro, em todo o país, da apresentação de 100 mg do antiinflamatório Prexige (Lumiracoxibe),
do Laboratório Novartis. A apresentação de 400 mg fica suspensa por 90 dias. A medida é motivada
pelas incertezas a respeito da segurança hepática do medicamento e acompanha as decisões dos principais
cenários regulatórios internacionais.
Os consumidores que estiverem fazendo uso do medicamento devem procurar seus médicos
para que procedam à substituição do produto sem interromper o tratamento. Existem no mercado brasileiro
alternativas, com perfil de eficácia e segurança mais bem definido, para todas as indicações
do Prexige.
No Brasil, o antiinflamatório Lumiracoxibe tem indicações aprovadas
para tratamento de osteoartrite (um tipo de artrite), da dor aguda e da dismenorréia (cólica menstrual)
primária. Estava disponível nas apresentações de 100mg (embalagens com 20 comprimidos) e 400mg
(embalagens com 4 e 7 comprimidos).
Histórico
O Prexige teve seu registro aprovado no Brasil em julho de 2005 e já foi vendido
em 35 países. Hoje, apenas seis países de todo o mundo mantém a sua comercialização:
México, Colômbia, Equador, República Dominicana, Brasil e Bahamas. A retirada do medicamento por vários
países foi iniciada após o recebimento de oito notificações hepáticas graves pela agência
reguladora da Austrália - Therapeutic Goods Administration (TGA).
Desde agosto de 2007, quando a agência australiana determinou o cancelamento
do registro do medicamento naquele país, a Anvisa tem monitorado as ocorrências de reações adversas
associadas a ele, exigindo relatórios mensais sobre a segurança do produto.
A Anvisa não acompanhou imediatamente a decisão da agência australiana
por considerar ser necessária melhor avaliação do perfil benefício/risco do medicamento
no Brasil. A determinação australiana foi baseada principalmente no produto de 200 mg com uso prolongado,
sendo que no Brasil o maior uso era o de 400 mg para curto prazo em ate 10 dias. Isso exigiu uma continuação
das análises feitas pela Agência.
No entanto, de janeiro de 2007 a abril de 2008, houve um aumento significativo no
número de reações hepáticas notificadas. Em janeiro de 2007, o número de reações
notificadas era de 16, em agosto deste mesmo ano passou para 93, chegando a 211 em abril de 2008.
Em maio, foram concluídas as últimas análises da Anvisa sobre
o medicamento e, em julho, finalizados dois pareceres que recomendaram o cancelamento do registro no Brasil – um
da Câmara Técnica de Medicamentos (Cateme), órgão consultivo da Agência, e outro da área
de Farmacovigilância da Agência.
Apresentados na reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa desta terça-feira
(22), os pareceres motivaram a decisão do órgão colegiado.
Números
As notificações relacionadas ao Prexige, acumuladas no período
de julho de 2005 a abril de 2008, totalizam 3585 casos de reações adversas, sendo 1013 destes casos considerados
graves (28%). A relação do último período (abril/2008) é maior: dos 85 casos notificados,
34 eram graves (40%).
Dos 3585 casos notificados, 1265 são do Brasil, o que representa 35% dos casos.
Os estabelecimentos que não atenderem à determinação da Anvisa estarão sujeitos às
penalidades previstas na Lei 6437/77, como multas de R$ 2 mil a R$ 1,5 milhão e demais sanções.
Fonte: Ascom/Assessoria de Imprensa da Anvisa