30/06/2016

Alerta aos médicos para diagnóstico e terapêutica dos casos de gripe H1N1

Há necessidade de uso precoce do Tamiflu após diagnóstico clínico de influenza; receita simples do médico permite acesso ao medicamento disponível na rede de saúde

Em nota técnica dirigida à categoria médica de todo o Paraná, a Secretaria Estadual de Saúde alerta sobre o período de sazonalidade dos vírus respiratórios, com predomínio atual da circulação do vírus influenza A/H1N1pdm09, com registro de 751 casos este ano, com importante taxa de letalidade – foram 125 óbitos (16,6%) no período de 1º de janeiro a 24 de junho último. De acordo com a SESA, em que pesem os excelentes índices de cobertura vacinal na campanha para os grupos prioritários estabelecidos, constata-se detecção preocupante de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Neste cenário, o CRM-PR reforça aos médicos paranaenses para que tenham especial atenção aos sinais e sintomas de quadro de síndrome gripal, para efetividade do precoce uso (prescrição) do antiviral com Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu®) após o diagnóstico clínico da influenza. A recomendação é que a terapêutica antiviral ocorra nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas, conforme posologia contida na nota técnica. Deste modo, será reduzida a possibilidade de complicações que levam a um aumento de casos graves, internamentos e óbitos.

Destaque-se que o medicamento é fornecido gratuitamente pelas unidades de saúde pública (UBS ou UPA), mediante apresentação da prescrição médica do Tamiflu em receituário branco, simples, recente (<7dias), com carimbo/CRM e assinatura do médico prescritor, independentemente do profissional atuar no sistema público, privado ou de saúde suplementar/convênios.

Importante: a prescrição independe também do resultado laboratorial. Reforce-se que os exames laboratoriais confirmam que o vírus H1N1 é o que está em maior circulação neste período epidemiológico.

clique para ampliar>clique para ampliarCRM-PR alerta para o aumento de casos de H1N1 e para o correto tratamento.

Em reunião realizada na manhã desta quinta-feira (30 de junho) no CRM-PR, foi destacada a importância de que os médicos estejam não apenas bem esclarecidos sobre diagnóstico e terapêutica, como também para que bem orientem seus pacientes sobre a importância de cuidados de prevenção às síndromes respiratórias graves, que tiveram 82 casos somente na última semana.

Das 136 mortes por gripe, 125 foram por H1N1, que respondem por 93,1% das 807 internações realizadas. A regional de Curitiba e Região Metropolitana registra o maior número de mortes (28), seguido de Foz do Iguaçu (17) e Londrina (11). A maioria dos óbitos por gripe no Paraná envolveu pessoas com mais de 60 anos (34,6% dos casos). Doentes crônicos, obesos e diabéticos reforçam esta estatística.

Orientações aos médicos

Nos próximos dias, o CRM-PR disponibilizará em seus meios eletrônicos, um clipe com orientações aos médicos sobre como lidar com as doenças respiratórias. O material será produzido em conjunto entre o Conselho e a Sesa, através da Superintendência de Vigilância em Saúde/Centro de Epidemiologia/Divisão de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Virá em reforço à nota técnica e também ao protocolo, boletins e outras informações disponíveis no Portal da Sesa.

Reunião

A reunião no CRM teve as participações do presidente Luiz Ernesto Pujol, do conselheiro Alceu Fontana Pacheco Júnior, coordenador da Câmara Técnica de Infectologia, e dos Drs. Renato A. Lopes, chefe da DVVTR, e Júlia Cordelloini, Chefe do Centro de Epidemiologia.

Tratamento com Tamiflu

De acordo médica Júlia Cordellini, chefe do Centro de Epidemiologia da Secretaria Estadual da Saúde, o início do tratamento com o Oseltamivir (Tamiflu®) em até 48 horas depois do agravamento dos sintomas é muito importante e faz toda a diferença para a recuperação do paciente.

“A Secretaria da Saúde disponibilizou até o momento aos municípios 221 mil tratamentos Oseltamivir e tem feito junto ao Ministério da Sáude todo o esforço para garantir o estoque em níveis adequados para atender à população paranaense”, completa Júlia. Na segunda quinzena de junho foram solicitadas ao Ministério da Saúde mais 100 mil tratamentos Oseltamivir para atender a demanda dos 399 municípios do Estado por conta do aumento dos casos de gripe.

O Oseltamivir é disponibilizado gratuitamente para toda a população pelo Sistema Único de Saúde. A orientação é de que ele seja receitado a todos os casos suspeitos da doença, mesmo sem o diagnóstico laboratorial, em receituário médico simples de serviços públicos e privados.

Dados da Secretaria da Saúde apontam que 27% dos pacientes que morreram por SRAG Influenza não receberam a medicação. A superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira, reforça a necessidade de a população estar atenta aos sintomas da gripe e procurar rapidamente o serviço de saúde.

“As pessoas não devem esperar o agravamento dos sintomas para procurar atendimento médico. A atenção deve ser redobrada em pacientes fragilizados, como idosos, ou que possuem alguma comorbidade, como diabéticos ou hipertensos”, enfatiza a superintendente.

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