É alarmante a proliferação de ofertas de tratamentos e procedimentos dermatológicos cosmiátricos e invasivos por profissionais
não-médicos.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Sociedade Brasileira
de Dermatologia (SBD), divulgaram nesta terça-feira (1/10), um importante alerta à população em
defesa da vida, saúde e bem-estar. O motivo do comunicado público é a preocupação com a
proliferação alarmante da oferta de tratamentos e procedimentos dermatológicos cosmiátricos e
invasivos por profissionais não-médicos.
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Segundo as entidades, esse processo tem gerado insegurança, com a percepção de aumento de
relatos de dermatologistas sobre atendimentos a pacientes com complicações oriundas de atos realizados por não-médicos.
Conforme disse Taciana Dal’Forno Dini, coordenadora do Departamento de Laser e Tecnologias da entidade, os procedimentos
da cosmiatria não são isentos de riscos e podem causar complicações.
Dentre os efeitos adversos possível estão: intoxicações
anestésicas, anafilaxia, alergias, manchas, infecções, cicatrizes permanentes, hematomas, cegueira irreversível
e acidente vascular cerebral, com risco de morte. É o que tem ocorrido com inúmeros pacientes que têm
denunciado os riscos do atendimento feito por não médicos.
Para evitar exposição a estes problemas, o CFM e a SBD recomendam à população
que a indicação e a realização de procedimentos dermatológicos ou cosmiátricos invasivos
sejam conduzidas apenas por médico, de preferência dermatologista ou cirurgião plástico com título
de especialista reconhecido e registrado junto ao Conselho Regional de Medicina (CRM).
Conhecimentos
Além disso, entre outros pontos, lembram que
qualquer procedimento dermatológico ou cosmiátrico invasivo exige a aplicação indispensável
de conhecimentos médicos, sobretudo em razão dos riscos e danos (muitas vezes irreparáveis) que lhe são
inerentes. “As complicações decorrentes destes procedimentos devem ser avaliadas por médicos, o
mais precocemente possível, tanto para o correto diagnóstico e manejo, quanto para a prevenção
de sequelas permanentes ou até mesmo da morte”, ressaltou Egon Daxbacher, diretor da SBD.
O presidente da entidade, Sergio Palma, assinala ainda que, juntamente
com outras entidades médicas, inclusive o CFM, está sendo travada uma batalha na esfera jurídica para
suspender normas administrativas (resoluções) de conselhos de outras categorias profissionais que “promovem
uma invasão de competência de atos legais exclusivos da medicina, que é a única profissão
que tem outorga em lei para realizar procedimentos de caráter invasivo, inclusive no campo da estética”.