04/07/2012
Agora é lei: consumidores, comerciantes e fabricantes são responsáveis pelo descarte de remédios
A lei que estabelece a Logística Reversa de Medicamentos no Paraná, proposta pelo deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB), foi
sancionada nesta terça-feira (3). A nova legislação define regras para a destinação de remédios em desuso.
A partir de agora, fabricantes, comerciantes e consumidores ficam responsáveis pelo descarte correto dos remédios. Funciona
assim: o consumidor deve entregar os produtos para os estabelecimentos que os comercializam ou distribuem, como farmácias
e postos de saúde. Fabricantes e importadores se responsabilizam pelo recolhimento dos medicamentos e destinação final aplicável
a cada caso. Cheida destaca a responsabilidade compartilhada: "Cada um tem o seu dever. Dividem-se as atribuições de uma forma
que todos podem colaborar".
Cheida lembra que a lei é resultado de um trabalho conjunto entre Comissão de Ecologia e Meio Ambiente do Legislativo,
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Conselho Regional de Farmácia, Sindicato do Comércio Varejista de Produtos
Farmacêuticos e Secretaria de Estado da Saúde. "Recebemos contribuições de todos para que a proposta fosse viável e o mais
abrangente possível".
O farmacêutico José Maria Rodrigues avalia positivamente as novas regras: "Os consumidores poderão contar conosco na hora
de descartar os remédios sem que a gente seja onerado por isso. Será a nossa forma de contribuir para o meio ambiente e para
a saúde de todos".
Modelo para a saúde e o meio ambiente
A Logística Reversa de Medicamentos, inédita no Brasil, é vista como modelo. "A ideia está sendo usada como referência
para outros estados", conta Simone Ribas, assessora do Núcleo de Regulação e Boas Práticas da Anvisa.
Segundo o diretor da Anvisa, Jaime César Oliveira, a normatização da destinação de remédios é um caminho sem volta. "A
política nacional de medicamentos, aprovada no ano passado, dá vários passos à frente e se torna uma tendência. É muito interessante
essa organização nos âmbitos estaduais e municipais. São iniciativas que precisam ser tomadas progressivamente para que a
lei federal seja implementada de uma forma mais eficaz e rápida".
Quando descartados em lixo comum ou rede de esgoto, os medicamentos contaminam a água e o solo e ainda podem provocar
reações adversas como intoxicação de animais e pessoas. É isso que a Logística Reversa de Medicamentos quer evitar. "São resíduos
tóxicos para o meio ambiente e perigosos para a saúde que precisam ser devolvidos ao lugar certo a fim de que sejam neutralizados,
melhorando a qualidade de vida de todos", defende Cheida.
Fonte: Alep