Atendendo a um pedido da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional do Paraná, cerca de 13 profissionais reuniram
na sede do CRMPR na última quinta-feira, 14, para definir tema e conteúdo da ação de sensibilização que será realizada na
próxima semana.
De acordo com balanço divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Paraná é o quinto Estado do
país com maior número de casos de infecções pós-cirúrgicas por Micobactérias de Crescimento Rápido (MCR). Entre 2003 e abril
de 2008 foram notificados 110 casos dos 2.102 diagnosticados em hospitais de todo o país. Entretanto, após a adoção de novos
procedimentos para conter o surto de micobacteriose sofrido em Curitiba no ano passado, o Paraná livrou-se de novos casos
em 2008. Em nota, a Anvisa também publicou orientações aos médicos e hospitais para abolir o uso do glutaraldeído (substância
usada para desinfecção e esterilização de instrumentos cirúrgicos utilizados em videocirurgias).
Para tratar deste assunto, na próxima semana, dia 20, será realizada no CRMPR uma ação de sensibilização para os médicos
do Estado. Na ocasião, será feita apresentação de casos. Também serão dadas orientações e recomendações aos profissionais
e instituições hospitalares, em atividade que vai envolver representantes do Centro de Epidemiologia e Serviço de Vigilância
Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, do Departamento de Vigilância e Controle em Agravos Estratégicos (DECA)
da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná e da Associação Paranaense de Controle de Infecções Hospitalares (APARCIH).
A reunião é gratuita, ocorrerá às 19h30 na sede do Conselho de Medicina em Curitiba, com transmissão simultânea para a
Regional do CRM em Maringá. Todos os médicos estão convidados a participar e não há necessidade de inscrição.
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Reunião prévia
Atendendo a um pedido da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica - Regional do Paraná, cerca de 13 profissionais reuniram
na sede do CRMPR na última quinta-feira, 14, para definir tema e conteúdo da ação de sensibilização que será realizada na
próxima semana. Esteve presente membros da equipe do Programa de Epidemiologia de Campo da Secretaria de Vigilância em Saúde
do Ministério da Saúde (MS), que está em Curitiba realizando investigação epidemiológica. Na oportunidade, apresentaram dados
da investigação realizada em 2007 sobre o surto na Capital.
Recentemente, membros da diretoria da Sociedade de Especialidade estiveram no Rio de Janeiro participando de evento da
classe e informaram que os profissionais estão apreensivos com a possibilidade de surto de micobactérias em cirurgias plásticas.
Por este motivo, de acordo com o presidente da SBCP-PR, Manoel Augusto Ribas Cavalcanti, procuraram as Secretarias de Saúde
com o intuito de "realizar uma ação preventiva e educativa, com apoio de órgãos competentes que dêem instruções aos colegas
para que possamos tomar medidas de segurança para que não ocorram casos em nosso Estado".
Na oportunidade, Heloísa Giamberardino, presidente da
Associação Paranaense
de Controle de Infecções Hospitalares(APARCIH), apresentou calendário de cursos e atividades voltadas para o controle
de infecções da Associação e sugeriu que os profissionais divulguem e recomendem estas atividades aos profissionais da área
da saúde que fazem o manuseio instrumentos e materiais utilizados em cirurgias. Em setembro será realizado II Curso Básico
de Reprocessamento em Videocirurgia e em agosto, o
IV Curso Básico de Epidemiologia e Controle de Infecção Hospitalar.
Surto no país
Em decorrência do surto ocorrido na Capital paranaense de 2007, a Anvisa e as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde
adotaram medidas emergenciais no início de 2008, como estabelecer critérios mais rígidos para manipulação de materiais utilizados
em videocirurgias.
A resolução da SESA-PR, apoiada no Paraná por entidades como o Conselho de Medicina (CRMPR), a Associação Médica do Paraná
(AMP) e a Federação dos Hospitais do Paraná (Fehospar), estendeu o processo de esterilização dos materiais de 40 minutos para
8 horas. Também foi lançado um curso para profissionais da área e iniciado levantamento de todos os pacientes que passaram
por videocirurgia em 2007, para detecção de novos não notificados.
Segundo a Anvisa, as infecções por micobactéria são causadas principalmente por falhas nos processos de limpeza, desinfecção
e esterilização de produtos médicos. Na maioria dos serviços de saúde investigados, os instrumentais cirúrgicos foram submetidos
somente ao processo de desinfecção e não ao processo de esterilização, como recomenda a agência reguladora.
A Anvisa identificou infecções este ano nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pará, Minas Gerais e Rio Grande
do Sul. Diante do descontrole em vários pontos do País, a agência determinou o acompanhamento sistemático dos procedimentos
de limpeza e esterilização junto aos serviços de saúde.
Entre as novas medidas estão ordens para as vigilâncias sanitárias estaduais apresentarem diagnósticos atualizados da
infecção, a reavaliação dos critérios de concessão do registro para saneantes e a orientação para aos serviços de saúde para
que realizem a esterilização outros métodos disponíveis diante da resistência da Micobacteria massiliense aos produtos habitualmente
utilizados.
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sobre infecção por micobactéria será obrigatória".