24/08/2007
Abertura de novos cursos de Medicina é debatida na Câmara
A Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados promoveu nesta quinta-feira, 23 de agosto, audiência pública
para discutir os critérios utilizados na abertura de novas faculdades de Medicina. Promovido pelos deputados Ribamar Alves
(PSB-MA), Severiano Alves (PDT-BA) e Átila Lira (PSB-PI), o debate analisou o Projeto de Lei 65/2003 do deputado Arlindo Chinaglia
(PT-SP), que visa proibir, durante dez anos, a criação de novos cursos de Medicina e a ampliação das vagas atualmente ofertadas.
Relator do PL, o deputado Átila Lira modificou a proposta original de Chinaglia, permitindo a abertura de novos cursos,
desde que estes seguissem requisitos como o trabalho em regime integral por parte de um quinto do corpo docente; a titulação
de Mestre ou Doutor para, pelo menos, um terço dos professores; e análise da relação entre habitantes e o número de profissionais
do município onde estaria localizada a nova faculdade.
Entre os participantes da audiência, os que manifestaram-se contra o substitutivo do relator citaram os seguintes motivos:
a falta de legalidade, pois o PL colidiria com as leis vigentes que outorgam ao Ministério da Educação reconhecer cursos superiores;
que o mercado não está saturado de médicos; que o Conselho Federal de Medicina (CFM) não pode ser consultivo na abertura de
escolas médicas e que é necessário aguardar os novos instrumentos de aferição - Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (SINAES) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP).
Os que aprovam o substitutivo, como o deputado Rafael Guerra, afirmaram que legislar é função do Parlamento. Luc Louis
Maurice Weckx, representante da Associação Médica Brasileira na audiência, Roberto Luiz D'Avila e Geraldo Guedes, do CFM,
destacaram a importância de requisitos mínimos na formação do bom médico, como hospitais de ensino e vagas de residência médica.
A maioria dos parlamentares manifestou-se favoravelmente, entendendo que no ensino da saúde as escolas não podem simplesmente
escolher os critérios que dão lucros.
Fonte: AMB com informações da Agência Câmara