12/08/2011
ANS usa estudo "velho" para desobrigar exame
Com base em pesquisa desatualizada, convênios ficaram isentos de cobrir tratamento
Um estudo já descartado pela entidade que o realizou levou a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) a liberar planos
de saúde de cobrir um tratamento pouco invasivo de miomas, tumores benignos no útero que podem levar à retirada do órgão.
O procedimento é a embolização da artéria uterina, que interrompe o fluxo de sangue que irriga o tumor, fazendo-o regredir.
A ANS se baseou em portaria do Ministério da Saúde de 2010, que dizia que o procedimento não era recomendado. O documento
citava um estudo de 2000 do Acog (American College of Obstetricians and Gynecologists), que classificou o método como "experimental".
No entanto, em 2008, o Acog publicou outro estudo, com a recomendação de substituir o de 2000, aprovando a embolização.
Este estudo, porém, não foi analisado pelo ministério.
A pasta argumentou que o boletim de 2008 é uma "diretriz clínica", não um "estudo clínico", e que os estudos considerados
para avaliar um procedimento devem ter a mesma metodologia.
O ministério afirmou ainda que não está afastada a possibilidade de a embolização ser incorporada aos procedimentos cobertos
pelo SUS "quando houver estudos mais conclusivos".
Fonte: Folha de São Paulo