Para entidade, projeto em tramitação na ALEP representa ameaça à adequada avaliação de competências, habilidades e atitudes
no exercício da Medicina por parte de detentores de títulos obtidos no exterior
A Associação Médica do Paraná
(AMP) emitiu nota nesta quarta-feira, 18, em que repudia a nova tentativa de flexibilizar o Exame Nacional de Revalidação
de Diplomas Médicos (Revalida) por meio da criação de um modelo paranaense. Leia o posicionamento abaixo:
A Associação
Médica do Paraná repudia veementemente a nova tentativa de flexibilizar o Exame Nacional de Revalidação
de Diplomas Médicos (Revalida) por meio da criação de um modelo paranaense do exame, pois entende que
este processo representa uma ameaça à adequada avaliação de competências, habilidades e
atitudes no exercício da medicina por parte de detentores de títulos obtidos no exterior.
O projeto que cria o Revalida Estadual, em tramitação
na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná, preocupa também por aspectos logísticos, quanto à
elaboração das questões, pois estas devem ser preparadas obrigatoriamente por professores médicos
(mestres e/ou doutores), e por temas como impressão, fiscalização e até sigilo, tópicos
que estão totalmente resolvidos no Revalida Nacional, que se iniciará no dia 06/12/20 e se repetirá anualmente.
O Revalida Nacional exige dos candidatos a
aprovação em etapas de análise de documentos e realização de provas práticas e teóricas
que, de modo justo, idôneo e transparente, mensuram seus conhecimentos, habilidades e atitudes e, por isso, confere
aos aprovados a certificação de que são capazes de oferecer a melhor assistência à população
brasileira.
A AMP lembra que o exame não
existe apenas em nosso país. Médicos formados no Brasil passam por exames de caráter semelhante para
trabalhar no Canadá, França, Reino Unido, Estados Unidos ou outros.
Importante relatar que eventuais carências decorrem da ausência de políticas
públicas que atraiam e fixem os médicos em áreas de difícil provimento. A criação
do Revalida Estadual, além de não atingir as causas do problema de distribuição dos médicos,
se aproveita do momento de vulnerabilidade da população para fazer valer interesses de grupos específicos,
sem preocupação com o que realmente importa: a qualidade do atendimento ao paciente.
Ressalta-se ainda que os coordenadores dos cursos de Medicina das
universidades estaduais manifestaram-se contrários a este projeto proposto por deputados estaduais, por corretamente
defenderem que os interesses da população estão acima de quaisquer interesses particulares.
A Associação Médica do Paraná,
através da Comissão de Defesa Profissional, está vigilante e tomará todas as medidas cabíveis
para garantir a efetividade e a segurança do atendimento à população.