26/03/2009
AMB lamenta decisão sobre suspensão de norma da Anvisa
Nota Oficial
A indústria do cigarro conseguiu na Justiça liminar suspendendo norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A resolução da Anvisa determinava publicação de imagens de advertência mais chocantes nos maços de cigarro a partir de maio.
A Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB lamenta a decisão da Justiça. O uso de imagens mais fortes nos maços de cigarro
é uma das recomendações da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, da qual o Brasil é signatário. A Convenção determina
"a obrigatoriedade das advertências nos maços dos derivados de tabaco serem acompanhadas por imagens que ilustram o seu sentido".
É importante que essas correspondam à realidade dos malefícios à saúde causados pelo tabaco. A renovação de imagens se faz
necessária porque, ao longo do tempo, as pessoas perdem o interesse pelas mesmas. As mudanças despertam a atenção do fumante
para outros aspectos dos danos à saúde.
Antônio Pedro Mirra,
Coordenador da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB
Anvisa diz que recorrerá para ter novas fotos em cigarro
Rio - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou hoje irá entrar com recurso para que a juíza da 23ª
Vara Federal do Rio de Janeiro reveja sua decisão de conceder a liminar que suspende a resolução que autoriza a circulação
de imagens mais fortes nos maços de cigarro, prevista para começar em maio. A ação da Souza Cruz foi a terceira tentativa
da indústria do cigarro de suspender a resolução. O fabricante alega que as imagens, mais fortes do que as atuais, não são
reais.
Para o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a realidade é muito pior do que as imagens mostram. "Elas captam um momento
específico. Essa é uma indústria que podemos chamar de indústria da morte", afirmou. De acordo com Temporão, diferentemente
de outras drogas lícitas, como o álcool, com o fumo não existe um nível seguro de consumo. "Infelizmente não há acordo possível
com esse ramo industrial."
Ele disse esperar que a liminar seja cassada. "Temos a preocupação de que esse ato não se estabeleça, se não no futuro
teremos muitas doenças associadas ao fumo", disse ele, acrescentando que as maiores de causa de mortalidade no Brasil, o enfarte
do miocárdio e os acidentes vasculares cerebrais, estão fortemente associados ao hábito de fumar.
Fonte: ACT