A Associação Médica Brasileira vem publicamente esclarecer que não é contra médicos formados no exterior trabalharem no Brasil.
É necessário, porém, que a documentação de todos os profissionais, formados em qualquer país do mundo, seja validada de
acordo com as normas vigentes no País.
O Ministério da Educação (MEC), em 2010, aplicou, ainda em formato piloto, um novo modelo de revalidação de diplomas,
cujo objetivo era padronizar o processo. Nesta fase, 628 pessoas, oriundas de 32 países, se inscreveram e apenas 2 candidatos
foram aprovados.
Neste ano de 2011, com o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos expedidos por Universidades Estrangeiras
(Revalida) já instituído por meio de portaria interministerial, 677 pessoas estavam inscritas no processo e 65 terão seus
diplomas revalidados (cerca de 10% dos inscritos).
Em nota anteriormente divulgada, a AMB já manifestara apoio a este modelo, por considerar uma forma justa e séria de
avaliar os profissionais. Entretanto, algumas universidades federais e estaduais têm certificado os diplomas de forma alheia
ao processo do Revalida, apenas atestando a equivalência curricular, o que garante índices de mais de 90% de aprovação.
(consulte por exemplo:
href="http://jornaldaparaiba.com.br/noticia/70319_prova-vai-revalidar-diplomas-de-medicos-formados-fora-do-pais" target="_blank">http://jornaldaparaiba.com.br/noticia/70319_prova-vai-revalidar-diplomas-de-medicos-formados-fora-do-pais).
A informação mais recente, e que vai de encontro ao que tem defendido o movimento médico, refere-se à proposta do governo
federal, com apoio de alguns governos estaduais, de oferecer exclusivamente aos alunos formados pela Escola Latino-Americana
de Medicina (ELAM), em Cuba, um curso preparatório gratuito que abordará temas não contemplados pela faculdade. O convênio
oferecerá ainda uma ajuda de custo durante o período em que os candidatos fizerem o curso de reforço (fala-se em R$ 1.400,00/mês).
A medida favorecerá cerca de 500 médicos brasileiros formados em Cuba. Consideramos um abuso esse modelo de utilização do
dinheiro público.
É necessário um grande esforço das entidades médicas, levando a boa informação a todos, para que juntos possamos reverter
esse quadro danoso à saúde da população brasileira.
Associação Médica Brasileira
São Paulo, 24 de novembro de 2011.