Esperança, amor pelo próximo e dedicação guiaram a vida da médica e sanitarista Zilda Arns, referência ímpar de conduta
profissional ética e humanitária.
Graduada em 1959 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Paraná, a pediatra e sanitarista
href="https://www.crmpr.org.br/zilda_arns/"target="_blank">Zilda Arns tornou-se referência ímpar de conduta profissional
ética e humanitária. Dedicada à saúde publica, exerceu a pediatria no Hospital de Crianças Cezar Pernetta e, ainda, atuou
como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Paraná. Por sua experiência na área, foi convidada para
coordenar em 1980 a campanha de vacinação contra a poliomielite para combater a primeira epidemia da doença em União da Vitória.
Na busca incansável pela redução da mortalidade e desnutrição infantil, Dra. Zilda trilhou um longo e delicado caminho
para tornar a Pastoral da Criança um projeto de resultados concretos. Com 27 anos de história, o alcance da entidade impressiona.
São 260 mil voluntários, distribuídos em 80% dos municípios brasileiros para atender 95 mil gestantes e 1,8 milhão de crianças
carentes.
A ação em prol da saúde foi transformadora. Em comunidades que receberam o atendimento da Pastoral, o índice de mortalidade
infantil chegou a 11 óbitos para cada mil nascidos vivos, contra 22,5 em outras regiões. O sucesso da Pastoral da Criança,
que teve início no município de Florestópolis, interior do Paraná, foi inspirador. Em 2004, Dra. Zilda criou a Pastoral da
Pessoa Idosa, que atende atualmente mais de 129 mil idosos acompanhados todos os meses por 14 mil voluntários.
Solidária e comprometida em disseminar a metodologia de trabalho da Pastoral da Criança, a representante da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), fundadora e coordenadora da Pastoral, percorreu o mundo. Participou em eventos na Europa,
Estados Unidos e América Latina. Foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz e recebeu inúmeras homenagens.
A classe médica paranaense também fez sua referência ao trabalho e as lições de esperança, amor e solidariedade, capazes
de referenciar condutas de profissionais de saúde e da sociedade de modo geral. Em 2000, o Conselho de Medicina do Paraná
conferiu a Dra. Zilda Medalha de Lucas - Tributo ao Mérito Médico, a mais elevada comenda dirigida a médicos que se destacaram
em causas sociais e humanitárias. Na oportunidade, a fundadora da Pastoral da Criança fez um balanço bastante positivo dos
resultados alcançados no país na contenção da morte materna e infantil, além de deixar mensagem aos médicos de reflexão à
solidariedade e à confirmação renovada sempre de seus princípios éticos.
No ano passado, a médica pediatra também foi homenageada com o Diploma de Mérito Ético-Profissional e Estatueta da Medicina,
por ter completado 50 anos de formada com atenção aos princípios hipocráticos, mas não pôde comparecer à solenidade, tendo
a honraria sido entregue ao seu filho Nelson.
Natural de Forquilinha, município de Santa Catarina, Dra. Zilda tinha 75 anos e morava em Curitiba desde os 10. Faleceu
em 12 de janeiro, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. Em missão humanitária naquele país, Dra. Zilda perseguiu até
seu último momento de vida a construção de um mundo melhor e mais solidário, obra que não limita voluntários.
href="https://www.crmpr.org.br/zilda_arns/"target="_blank">Imagens do trabalho desempenhado por Zilda Arns
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href="http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/terremotonohaiti/conteudo.phtml?tl=1&id=963442&tit=Leia-a-integra-do-discurso-de-Zilda-Arns-no-Haiti"target="_blank">Íntegra
do discurso de Zilda Arns no Haiti.
href="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI116480-15228,00-ZILDA-ARNS-QUE-MORTE-LINDA.html"target="_blank">ZILDA
ARNS (*1934 -2010) - "Que morte linda" - Matéria publicada na Revista Época com o relato do cardeal Paulo Evaristo Arns,
um dos irmãos da fundadora da Pastoral da Criança.