Mais de 90% dos cirurgiões cardiovasculares do Paraná já se desligaram oficialmente da Unimed, depois que a operadora recusou
os itens da proposta que estava em negociação há quase um ano e meio - entre eles, a criação de índices de reajuste e de um
escalonamento de valores. A última reunião da Unimed com a Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares do Paraná (Coopcardio-PR)
aconteceu no início de outubro sem que as duas partes tenham chegado a um acordo e no final de dezembro a Unimed se pronunciou
a respeito.
Segundo o presidente da Coopcardio-PR, o cirurgião Marcelo Ferraz de Freitas, a Unimed foi irredutível e ainda está dificultando
o desligamento dos profissionais que estão sendo obrigados a protocolar os pedidos de desligamento, via Cartório de Notas.
"A situação chegou no seu limite", afirma Freitas, revelando que Londrina cidade onde se acordou manutenção dos atendimentos
nos moldes remuneratórios da operadora até o final de janeiro. No resto do Estado, os atendimentos em caráter particular deverão
ter início a partir do dia 9 de janeiro, visto que até lá todos os cirurgiões já estarão oficialmente desligados da Unimed.
Em todo o estado do Paraná, a Unimed nunca chegou a oferecer soluções para a remuneração dos cirurgiões cardiovasculares
que encontra-se abaixo do SUS e de todas as 35 operadoras com as quais eles renegociaram valores ao longo de 2011. Enquanto
a Unimed oferece cerca de R$ 1.200 por operação e equipe de quatro profissionais, as outras operadoras do Paraná já estão
pagando valores com índices de reajustes que se aproximarão dos valores mínimos recomendados pela Sociedade Brasileira de
Cirurgia Cardiovascular e pela Associação Médica Brasileira. O SUS, atualmente, paga em torno de R$ 2.800 pela mesma cirurgia.
O presidente da Coopcardio-PR revela ainda que algumas Unimeds estão tentando pressionar os cirurgiões cardiovasculares
através do acionamento dos contratos que detém junto aos hospitais, mas que estes contratos estão em desacordo com a ANS e
o CFM (resolução 1.642 de 7/8/2002). Por esse motivo, a Cooperativa vem prestando um serviço de esclarecimento destes pontos
junto aos hospitais, às representações dos Hospitais (FEHOSPAR e FEMIPA) e junto ao CRM-PR.
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