Governo estima que terá seis em cada dez paranaenses imunizados até o fim da campanha. Mesmo assim, vírus continuará
circulando no estado
Faltando uma semana para o fim da campanha de vacinação contra a gripe A (H1N1), cerca de 4,5 milhões de pessoas já foram
imunizados no Paraná. Se os faltantes dos grupos prioritários comparecerem até o próximo dia 2, o estado terá seis em cada
dez habitantes protegidos contra a nova gripe. Serão cerca de 6 milhões de indivíduos imunizados (contando as 5,5 milhões
que fazem parte dos grupos prioritários e as 500 mil, aproximadamente, que já tiveram a doença e não foram vacinadas) entre
os 10,7 milhões de paranaenses, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde.
O número, porém, não significa que o Paraná estará livre do vírus. A diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria
de Saúde de Curitiba, Karin Regina Luhm, explica que um vírus é considerado fora de circulação quando cerca de 95% da população
está imunizada. "Tem que ser cobertura muito alta e não foi esse o objetivo dessa campanha", diz. A estratégia foi vacinar
os grupos com maior risco de complicação e de morte pela nova gripe.
Além disso, a eficácia da vacina é de 90%, o que significa que nem todos desenvolvem resistência. A prevenção seria através
dos cuidados de higiene, como lavar as mãos, evitar tocar boca, nariz e olhos, cobrir o rosto ao tossir e espirrar - ações
que devem permanecer.
Com os números e o quadro observado no Hemisfério Norte, autoridades de saúde e especialistas dão como certo de que a
segunda onda da doença será menos intensa. Para o secretário de estado da Saúde (Sesa), Carlos Moreira Júnior, o índice de
pessoas imunizadas significa que a circulação do vírus irá cair, caso o H1N1 não sofra nenhuma mutação.
O estado pretende ampliar ainda mais a cobertura vacinal, principalmente entre crianças de até 12 anos. A decisão cabe
ao Ministério da Saúde, que não sinalizou nada nesse sentido. Como precaução, estudantes estarão de férias no período mais
crítico para a doença, esperado entre 15 de julho e 15 de agosto.
Percalços
Para atingir a meta de vacinação do Ministério da Saúde, o estado precisa ampliar a cobertura entre adultos de 30 e 39
anos. De 1,6 milhão de pessoas esperadas dessa faixa etária, 954,1 mil compareceram às unidades de saúde (58,1%). A meta mínima
é imunizar 80% de cada grupo.
De acordo com a chefe do serviço de epidemiologia do Hospital de Clínicas da UFPR, Suzana Dal-Ri Moreira, a faixa etária
mais afetada pela nova gripe foi de pacientes de 20 a 39 anos. "Nos preocupa o fato de a população nessa faixa etária não
estar procurando." Suzana explica que a vacina é como uma barreira, que faz com que menos pessoas adquiram a infecção e menos
transmitam. Dessa forma, o H1N1 continua circulando, mas em menor intensidade do que ocorreu no ano passado, segundo a médica.
O pedreiro Márcio José Miranda dos Santos, 34 anos, e a digitadora Márcia Regina dos Santos, 39 anos, estão entre os que
não foram em busca da vacina. Márcia tem medo de agulha e Márcio diz que falta tempo. Os dois passaram ontem na frente do
posto de vacinação da Praça Ouvidor Pardinho, mas não pararam. "A maioria está tomando. Uma pessoa não vai fazer diferença",
disse a digitadora. Já o farmacêutico bioquímico Bruno Rizzo Osternack, 30 anos, conseguiu se vacinar, ontem, porque o prazo
foi prorrogado. "Falta tempo. Estava em plantão direto e agora deu uma folga."
O Paraná já tem 11 mortes pela nova gripe em 2010. Segundo a Sesa, entre as vítimas não estava nenhum paciente vacinado.
Fonte:
href="http://www.gazetadopovo.com.br/gripea/conteudo.phtml?tl=1&id=1007114&tit=45-mi-ja-se-vacinaram-no-Parana" target="_blank">Gazeta
do Povo