19/11/2017
Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica destaca a importância do diagnóstico precoce
Neste dia 23 de novembro, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil. A Sociedade Brasileira
de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) alerta para os números da doença: atualmente, o câncer representa,
no Brasil, a segunda principal causa de morte entre crianças e adolescentes, de acordo com o Instituto Nacional do
Câncer (INCA), atrás apenas de causas externas, como acidentes e violência.
Entre os tipos de câncer
mais comuns, as leucemias lideram as estatísticas (26%), seguidas pelos linfomas (14%) e tumores do sistema nervoso
central (13%); além desses, também acometem as crianças o neuroblastoma (mais frequente no abdome), tumor
de Wilms (renal), retinoblatoma (retina) tumores germinativos TCG (ovários e testículos), sarcomas de partes
moles e tumores ósseos (osteossarcomas), dentre outros.
Apesar dos tratamentos terem mostrado um notável
progresso nos últimos anos, muitas crianças ainda chegam aos hospitais com a doença em estágio
avançado e as chances de cura, nesses casos, acabam diminuindo expressivamente.
A dificuldade no diagnóstico
evidencia o quão importante é estar sempre alerta aos sinais. “Os sintomas são inespecíficos
e se assemelham com os de outras doenças, o que pode, muitas vezes, confundir os pais. Por isso é necessário
ter um pediatra de confiança que trate da criança periodicamente, já que o diagnóstico precoce
aumenta as chances de cura”, afirma Sonia Maria Rossi Vianna, médica oncologista e vice-presidente da SOBOPE.
Para
ter um diagnóstico mais preciso e precoce, é preciso levar em conta o histórico clínico do paciente
e a recorrência de sintomas que, em muitos casos, se assemelham ao de outras doenças comuns na infância.
Exames são importantes instrumentos de diagnóstico e o conhecimento sobre câncer do médico de confiança
da família também é um fator relevante.
Outro ponto discutido na data é a importância de uma maior capacitação dos profissionais da saúde, para que os principais sintomas relacionados à patologia possam ser identificados e tratados com segurança e qualidade.
No Hospital Uopeccan, em Cascavel, periodicamente é realizada a Capacitação em Diagnóstico Precoce, feito em parceria com o Instituto Ronald McDonald. Para capacitar os agentes de saúde de toda a região, as médicas especialistas em Oncologia Pediátrica da instituição, doutora Carmem Fiori e Aline Rosa, se revezam no cronograma do curso.
“Nas quartas-feiras, realizamos este curso. Recebemos profissionais de vários locais que trabalham em unidades
básicas de saúde, hospitais ou clínicas. Aqui, eles aprendem a identificar os sinais do câncer
infantojuvenil que facilmente podem ser confundidos com sintomas de outras doenças. Dessa forma, aceleramos o diagnóstico
precoce e fazemos com que estes profissionais encaminhem as nossas crianças e os nossos adolescentes mais rapidamente
às unidades de referência, como o Hospital Uopeccan”, comenta a médica Carmem Fiori.
Nesta
semana, o Hospital vai receber profissionais de saúde de Ibema, Quedas do Iguaçu, Lindoeste, Boa Vista da Aparecida,
Catanduvas e Guaraniaçu para participarem da capacitação programada para os dias 21, 22 e 23 de novembro.
Serão cerca de 40 pessoas aprendendo mais sobre o câncer infantojuvenil a fim de aumentar os índices e
as chances de cura.
SINAIS E SINTOMAS
Considerando que são vários os sinais para
os tipos mais comuns do câncer infantojuvenil, alguns sintomas, quando persistentes, merecem a atenção
dos pais ou responsáveis pelas crianças e adolescentes. Febre persistente, hematomas pelo corpo, palidez sem
explicação, diminuição da capacidade motora, dores nos ossos, fraqueza, dores de cabeça
e vômito já pela manhã, aumento do tamanho da barriga, ínguas e caroços em regiões
como virilha e pescoço e até mesmo presença de um brilho branco em um ou nos dois olhos quando a criança
sai em fotografias com flash.
Diante da persistência de qualquer um destes sinais, é ideal que se procure
uma unidade básica de saúde e/ou um pediatra para que o acompanhamento seja feito e, se necessário, haja
encaminhamento para unidades de referência.