18/05/2017

18 de maio: Dia da Luta Antimanicomial

Nota oficial da APPSIQ em favor do tratamento adequado aos portadores de transtornos mentais

No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, a Associação Paranaense de Psiquiatria – APPSIQ – vem a público manifestar sua preocupação com o atendimento de qualidade aos portadores de transtornos mentais no Brasil.

A data, 18 de maio, instaurada em 1987 durante o Congresso de Trabalhadores de Serviços de Saúde Mental na cidade de Bauru, deu visibilidade ao movimento que tem como lema “Por uma sociedade sem manicômios”.

A entidade representativa dos psiquiatras paranaenses gostaria de esclarecer que os antigos manicômios não exprimem a realidade atual dos hospitais e tratamentos psiquiátricos.

A palavra manicômio possui carga tão pejorativa que dificulta uma discussão equilibrada sobre a questão. Com razão, as pessoas têm preconceito sobre o que essas instituições significaram no passado.

Infelizmente, no Brasil, a palavra antimanicômio soa para muitos como antitratamento psiquiátrico. Portanto, é preciso cuidado.

A APPSIQ ressalta que o fato da população relacionar internação de doentes mentais com privação de liberdade motiva políticas públicas equivocadas. Nos últimos anos, o governo, sem nenhum amparo científico, decidiu fechar grande parte dos leitos psiquiátricos em hospitais públicos. Dessa maneira, desalojou muitos pacientes que necessitavam da internação e, como resultado, sofreram retrocesso no tratamento.

É fato que existem pacientes que precisam ser internados. Em determinados casos, esse é o único procedimento recomendado. Além disso, maus tratos ou métodos ultrapassados em hospitais psiquiátricos são condenados por toda a comunidade médica e pela psiquiatria atual. A internação, e todas as ações envolvidas, estão sustentadas por estudos científicos e são conduzidas por profissionais capacitados.

Quando a internação é necessária, os pacientes tem direito de ser atendidos em hospitais psiquiátricos adequados, com equipe multiprofissional e médicos especialistas, ou clínicas de alto nível. Também são necessários bons ambulatórios, que poderão atender 90% dos casos, e CAPS com a função de reabilitação psicossocial.

Portanto, a Associação Paranaense de Psiquiatria manifesta que é preciso ampliar a discussão sobre o assunto de modo a reconhecer a saúde mental como componente da atenção primária de saúde; investir em hospitais psiquiátricos com melhor qualidade de atendimento de forma a incentivá-los a abrir residências terapêuticas e CAPs; incluir os transtornos da saúde mental nos sistemas de informações básicas de saúde, além de instituir a vigilância de transtornos específicos na comunidade; realizar estudos em contextos de atenção primária sobre prevalência, evolução, resultados e impacto dos transtornos mentais na comunidade; e colocar em prática projetos como os da Associação Brasileira de Psiquiatria, que trabalha junto ao Ministério da Saúde pleiteando a promoção de campanhas de esclarecimento para combater o estigma, mobilizando e estimulando os psiquiatras a levar informações claras à população.

Osmar Ratzke

Presidente

Fonte: APPSIQ

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